19 de Agosto de 2021 às 16:16
Lucro
A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta quinta-feira (19), lucro líquido de R$ 10,8 bilhões, no 1º semestre de 2021, com crescimento de 93,4% em relação ao mesmo período de 2020. No 2º trimestre, o lucro foi de R$ 6,3 bilhões, aumento de 144,7% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Segundo a Caixa, o resultado foi impactado, principalmente, por ganhos decorrentes da alteração na participação relativa apurada sobre investimentos da Caixa Seguridade (R$ 1,5 bilhão), com a venda das ações da Caixa Seguridade (R$ 3,3 bilhões) e com a venda das ações do Banco Pan (R$ 1,9 bilhão). A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do banco (ROE) ficou em 19,01% com redução de 2,47 pontos percentuais.
“Os destaques do resultado impulsionado pela venda de ativos demonstram a redução do papel social do banco público e a política de desmonte da atual gestão da instituição, que é o de privatizar a Caixa aos pedaços. Mais uma vez, se faz necessário reforçar a importância da Caixa para o Brasil e para os brasileiros. O banco público foi imprescindível em sua atuação durante toda a pandemia e seu alcance chega onde os bancos privados passam longe. Vale destacar que por traz dos números estão os esforços dos empregados do banco público, que se desdobram para dar conta de atender milhões de brasileiros. O resultado mostra a importância do banco para as políticas públicas e para o desenvolvimento do país”, avaliou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto.
A Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 13,4% em doze meses, totalizando R$ 816,2 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 18,5%, totalizando R$ 96,6 bilhões no período. No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 61,1% em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 73,6 bilhões, principalmente nas linhas para micro e pequenas empresas, destacando o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que desde sua criação já contratou R$ 16,4 bilhões.
O índice de inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, piorou e chegou a 2,46% no segundo trimestre contra 2,04% no primeiro. Há um ano, porém, estava em 2,48%, configurando melhora de 0,02 ponto percentual em 12 meses. As provisões para perdas associadas ao risco de crédito tiveram acréscimo de 6,27% no período, totalizando R$ 5,1 bilhões.
“O aumento dos empréstimos e da inadimplência reflete a má situação econômica do país. Ou seja, com o país quebrado, as pessoas recorrem aos empréstimos para sobreviver”, pontuou Takemoto.
Em coletiva de imprensa para anunciar o resultado do balanço, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse que parte do resultado vem do desinvestimento em ativos que, segundo ele, não são estratégicos para o banco. O atual governo prevê ainda a privatização de outras áreas estratégicas e rentáveis da estatal.
“Estes recursos que o Pedro Guimarães diz que não são estratégicos ao banco, a curto ou a médio prazo, podem fazer falta trazendo prejuízos pra toda a sociedade. É lamentável constatar o esforço do governo federal para o enfraquecimento do patrimônio público, com uma postura completamente avessa ao forte papel social que a Caixa representa para o Brasil”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A Caixa encerrou o 1º semestre de 2021 com 84.262 empregados, com fechamento de 58 postos de trabalho em doze meses. Após pressão das entidades, em julho de 2021, a Caixa anunciou a ampliação do número de empregados e terceirizados. Segundo o banco, serão 10 mil novos colaboradores, sendo 4 mil empregados Caixa, 5,2 mil estagiários e adolescentes aprendizes, e cerca de 800 recepcionistas e vigilantes. Por outro lado, a Caixa registrou incremento de aproximadamente 17,7 milhões de novos clientes.
“Sabemos que o número de contratações anunciado está muito aquém do necessário para suprir a defasagem de empregados nas agências. Além disso, não podemos deixar de citar o grande número de bancários que estão afastados por depressão, ansiedade, burnout e outras síndromes devido ao assédio absurdo imposto devido às metas desumanas, até mesmo durante o período pandêmico”, ressaltou a dirigente.
Com saldo de R$ 529,5 bilhões e participação de 64,9% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 9,2%, em doze meses. As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 6,6%, no período, totalizando R$ 91,3 bilhões. O crédito rural cresceu 45,7%, totalizando R$ 10,2 bilhões no mesmo período. No primeiro semestre, foram contratados, também, R$ 15,2 bilhões no Programa Casa Verde e Amarela, incluindo os subsídios, o equivalente a 94,2 mil novas unidades habitacionais.
As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias cresceram 3,2% em doze meses, totalizando R$ 11,5 bilhões no primeiro semestre de 2021. Já as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, cresceram 8,36% em doze meses, totalizando R$ 12,3 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 98,98% no semestre.
Fonte: Fenae
Link: https://sindicario.com.br/caixa-economica-federal/venda-de-acoes-impulsionam-lucro-da-caixa/