21 de Julho de 2012 às 17:21

Contraf-CUT e CNTV defendem mais investimentos dos bancos na segurança

14ª Conferência Nacional

Presidenta defende parcerias entre Bancários e Vigilantes / foto: Alan de F. Brito

Rede Comunicação dos Bancários
Alan de F. Brito e Maricélia Franco 

Pela primeira vez uma Conferência Nacional dos Bancários teve um painel para discutir especificamente segurança bancária. O tema foi debatido na tarde desta sexta-feira, dia 20, e contou com a participação do coordenador do Coletivo Nacional de Segurança da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, do presidente da CNTV (Confederação Nacional dos Vigilantes), José Boaventura  e mediada pela presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, Iaci Azamor Torres.

Ademir fez uma exposição com números de pesquisas nacionais feitas em conjunto pelas duas entidades, focando dados da violência que afetam trabalhadores e clientes dos bancos. Boaventura analisou as principais lutas travadas por mais segurança, na busca da proteção da vida das pessoas.

Para eles, o cenário de descaso dos bancos torna necessária a ampliação da discussão sobre o tema e a pressão para que haja mais investimentos em segurança. Segundo dados do Dieese, os cinco maiores bancos que operam no país apresentaram lucros de R$ 50,7 bilhões em 2011, mas os investimentos em segurança e vigilância somaram apenas R$ 2,6 bilhões, o que significa 5,2%, em média, na comparação com os lucros.

Conforme Boaventura, "o investimento em segurança feito pelos bancos é para a segurança do dinheiro, não das pessoas". "Agência bancária é um local de risco e é preciso responsabilizar os bancos pela segurança dos bancários, vigilantes e clientes", completou Ademir.

Mortes

Pesquisa nacional de mortes e assaltos envolvendo bancos, realizada pela CNTV e Contraf-CUT e divulgada nesta quinta-feira, 19, demonstra que 27 pessoas foram assassinadas no primeiro semestre de 2012, uma média de 4 vítimas fatais por mês, o que representa um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 23 mortes.

São Paulo (6), Rio de Janeiro (4) e Bahia (4) foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência foi o crime conhecido como "saidinha de banco", que provocou 14 mortes. Já a maioria das vítimas foram clientes (15), seguido de vigilantes (5), transeuntes (3), policiais (3) e bancário (1). Segundo Boaventura, esse crime é originado dentro do banco, e deve ser combatido por meio da utilização de biombos e divisórias entre as filas e os caixas. 

Foi destacada também a estatística da Febraban que mostra a redução de assaltos após instalação da portas de segurança a partir do final dos anos 1990. O número caiu de 1.903 em 2000 para 369 em 2010. "No entanto, houve um aumento para 422 ocorrências em 2011, ano em que o Itaú retirou portas giratórias nas reformas das agências e o Bradesco inaugurou unidades sem esse equipamento e muitas com número insuficiente de vigilantes, o que é inaceitável", denunciou Ademir.

Atualização da Lei Federal 7.102/83

Para os painelistas, todos os dados apresentados reforçam a necessidade de atualização da legislação federal de segurança que se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Foi citado que o Ministério da Justiça está elaborando um projeto de lei que cria o Estatuto da Segurança Privada, ouvindo as entidades que integram a Comissão Consultiva para Assuntos ded Segurança Privada (Ccasp), a fim de atualizar a Lei nº 7.102/83.

"Precisamos de um estatuto de segurança privada sim, mas com medidas eficazes e equipamentos adequados de prevenção para garantir a proteção da vida, eliminar riscos e oferecer segurança para trabalhadores e clientes", disse Boaventura. " Queremos a obrigatoriedade das portas giratórias nas agências e postos de atendimento", salientou Ademir.

Mais parcerias entre bancários e vigilantes

O aumento das parcerias entre bancários e vigilantes foi reforçado durante o painel. Ademir defendeu a ampliação da luta por mais segurança e a unificação da data-base para unir ainda mais as lutas das categorias e aumentar as conquistas. 

Para Boaventura, a parceria é importante. "É preciso também ampliar legislações municipais que preencham os vácuos da legislação federal. Além disso, é necessário trazer a opinião pública para a discussão, já que o debate é também de interesse da população", complementa. 

A mediadora Iaci Acamor Torres também defendeu a parceria, destacando que nos locais onde ela é firmada a luta das categorias é mais forte e com melhores resultados. "Digo para vocês cujos sindicatos ainda não estabeleceram parceirias com os vigilantes, que o façam, pois as categorias só tem a ganhar". 

Boaventura defendeu ainda que os vigilantes que trabalham em agências bancárias sejam preparados especificamente para atender o setor financeiro. Outra demanda levantada é a responsabilidade pelo guarda das chaves das agências. "O porte da chave pelo vigilante fora do expediente é um perigo tanto para o vigilante, quanto para o bancário. Não queremos essa responsabilidade", destacou.

Mesa temática

Na próxima mesa temática de segurança bancária com os bancos, a ser realizada no próximo dia 30 de julho, a Fenaban apresentará a estatística de assaltos a agências e postos no primeiro semestre desse ano. Além disso, a Contraf-CUT pautou o debate sobre os sequestros, buscando medidas de prevenção contra esse crime que, além de traumatizar, tem causado a demissão de muitos bancários.Fonte: Contraf-CUT

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros