1 de Agosto de 2012 às 15:55

Propósito e proposições na Campanha Nacional dos Bancários

Artigo

Por Janes Estigarribia

Os bancários e bancárias de todo o país que são ligados a Contraf(Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) entidade ligada a CUT(Central Única dos Trabalhadores) entregam neste 1º de agosto a Minuta de reivindicações da categoria para a Fenaban(Federação Nacional dos Bancos). Esta é a primeira vez que a Fenaban concorda em receber a Minuta dos Bancários antecipadamente, justamente no ano em que a Convenção Coletiva completa 10 anos. Nesses 10 anos a Convenção passou a ser Nacional, ou seja, um mesmo Acordo vale para todo o país.

Com data-base em 1º de setembro, a Minuta é sempre entregue na segunda quinzena de agosto, este ano a Fenaban vai receber no início de agosto e isto significa que bancários e banqueiros podem fechar um acordo mais cedo também. Porém, há que diga que é bom não se iludir porque não há um tempo determinado ou limites no processo de negociação que faça isso tornar-se algo preponderante.

Qual seria a mágica para fechar um acordo ainda no mês de setembro, diferentemente dos anos anteriores que sempre acontece em outubro. Não há mágica mas uma coisa é certa as cartas serão colocadas na mesa e por não se tratar de um jogo mas de uma negociação é preciso bastante maturidade por parte dos negociadores de ambas as partes. O Acordo a ser estabelecido neste ano significará que banqueiros e bancários tratam do assunto Campanha Salarial com respeito mútuo. O patrão defende seu lado e os trabalhadores buscam garantir conquistas e não perder o foco das tendências no mercado de trabalho que surgiram nos últimos anos.

Interessante dizer que diferentemente de outras categorias, os bancários e os banqueiros não vão ao Tribunal há anos. A era FHC foi uma das mais tristes para os bancários, mas com a eleição de Lula, o cenário mudou e essa é a tendência porque a Fenaban sabe que a categoria também mudou. O perfil do bancário (a) mudou, a maioria possui ensino superior, curso de línguas e formação em áreas distintas.

Por isso o piso da categoria precisa ser mudado e essa é uma bandeira de luta que os trabalhadores vão brigar para implantar junto aos banqueiros.

A reposição da inflação é o mínimo exigido, mas o aumento real tornou-se necessário nesses últimos anos. Por isso na pauta das negociações que se inicia no dia 7 de agosto os bancários e bancárias vão lutar por:

- Reajuste de 10,25% (inflação mais 5% de aumento real), piso igual ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416)
- PLR equivalente a três salários mais R$ 4.961,25 fixos, além do fim da rotatividade e mais contratações, fim das metas abusivas e combate ao assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.
- Auxílio-educação para graduação e pós-graduação e auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional 
- Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e universalização dos serviços bancários e o cumprimento da jornada de 6 horas para todos e talvez uma das maiores preocupações não só dos bancários(as) mas também da sociedade e porque não dos banqueiros que é mais segurança nas agências e postos bancários já que o número de ocorrências criminosas envolvendo bancos e serviços bancários cresceu assustadoramente nos últimos anos.

Mas não se engane quem pensa que se trata de uma negociação amistosa ou pacífica porque na mesa de negociação há interesses de todo o tipo no sentido de bloquear o bom andamento das negociações, por isso sindicatos, federações, centrais devem se unir e esquecer o interesse próprio e buscar a unidade para manter aquilo que o trabalhador da base tanto almeja que é manter e buscar novas conquistas para mais de 500 mil trabalhadores em todo o país.


Janes Estigarribia
Sindicato dos Bancários de Dourados/MS

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