21 de Setembro de 2016 às 12:03
Greve
Reginaldo de Oliveira / Martins e Santos Comunicação
Com a greve em andamento e sem data para acabar, muitas denúncias de práticas antissindicais e assédio por parte dos bancos chegam até o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região. Uma delas foi nessa terça-feira, dia 20, em que o banco Itaú estaria determinando que funcionários atendessem clientes nas agências fora do horário de expediente, descumprindo a lei de segurança bancária.
Dirigentes sindicais foram até uma agência e constataram tal irregularidade. “Presenciamos que o gerente estava na unidade à noite com dois clientes e sem vigilante. Tal situação coloca em risco a vida do próprio bancário como a dos clientes, já que estão expostos e podem ser assaltados”, disse o presidente do sindicato, Edvaldo Barros. Segundo o presidente, ao ser questionado, o funcionário informou que a orientação tinha sido da própria instituição, através da inspetoria do banco.
A Lei nº 7.102/83 veda o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro sem vigilante. Como a fiscalização desta legislação cabe a Polícia Federal, o sindicato protocolou a denúncia no órgão para que providências sejam tomadas. De acordo com o advogado do sindicato, Alexandre Cantero, o banco pode ser punido com advertência, multa ou até a interdição do estabelecimento.
Segundo o secretário jurídico do sindicato, Orlando Almeida, a greve é legítima, um direito garantido pela Constituição. “Nenhum bancário pode ser forçado a voltar ao trabalho. É um absurdo essa situação. Além de ser uma prática antissindical e de assédio do banco, mostra que a instituição não se importa com a vida do funcionário. Como entidade que representa os bancários, não podemos deixar que essa situação se repita”, completou Orlando.
Práticas antissindicais
Os demais bancos também têm praticado diversas medidas antissindicais para tentar minimizar o movimento grevista. Uma delas é que os bancos estão retirando, no período da noite, os cartazes e faixas “Estamos em Greve” que ficam afixados na entrada das agências. Essa medida tem sido adotada com frequência pelo Bradesco, Itaú e HSBC.
Segundo o presidente do sindicato, Edvaldo Barros, essa ação dos bancos é para confundir a população de que a greve foi encerrada, no entanto, a paralisação segue forte com a adesão de 86% das agências em Campo Grande e outros 27 municípios: “Se os banqueiros acham que vão enfraquecer a paralisação, estão enganados. A cada dia, mais bancários estão aderindo à greve, pois estão percebendo o descaso e desrespeito dos bancos”.
Após oito rodadas de reuniões, os bancos estão intransigentes e insistem num reajuste de 7%, um índice abaixo da inflação, mesmo com lucros exorbitantes de R$ 30 bilhões no primeiro semestre deste ano. Por outro lado, a categoria reivindica 14,78%, sendo que apenas 5% é ganho real. Os banqueiros também estão ignorando outras demandas dos trabalhadores, como: saúde, condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de emprego.
Por: Assessoria de Comunicação do SEEB-CG / Martins e Santos Comunicação
Link: https://sindicario.com.br/campanha-nacional-2016/sindicato-denuncia-que-bancos-descumprem-lei-de-seguranca-e-colocam-em-risco-vida-de-funcionarios-e-clientes/