22 de Agosto de 2018 às 12:29

Depois de proposta insuficiente, Sindicato dos Bancários atrasa abertura de agências na Capital

Campanha Nacional

 

Depois de rejeitar a proposta dos bancos por considerar insuficiente, o Comando Nacional dos Bancários indicou que os sindicatos fizessem um dia de paralisação total ou parcial nessa quarta-feira (dia 22). Em Campo Grande, o SEEBCG-MS retardou em 1h a abertura das agências da Avenida Eduardo Elias Zahran, que só abriram depois do meio dia.

Os diretores do sindicato estavam presentes nas agências do Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Santander e Bradesco, dialogando com os bancários e conscientizando sobre a importância da unidade neste momento de impasse da Campanha Nacional 2018. Os dirigentes sindicais também informaram como estão as negociações com os bancos, explanando sobre o perigo da retirada de direitos conquistados em anos de luta, como cortar PLR das mães em licença maternidade e bancários afastados por adoecimento.

 

Somente no primeiro semestre de 2018, os cinco maiores bancos no país lucraram, praticamente, R$ 42 bilhões:

Itaú = R$ 12,58 bi
Bradesco = R$ 10,26 bi
Caixa Econômica = R$ 6,65 bi
Banco do Brasil = R$ 6,26 bi
Santander = R$ 5,88 bi

E essa lucratividade bilionária demonstra a capacidade dos bancos em conceder um reajuste digno à categoria, além de manter direitos, e acabar com a política de corte de pessoal, já que só neste ano, os bancos cortaram quase três mil postos de trabalho.

No entanto, depois de oito rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancos apresentaram uma proposta mínima de 0,5% de ganho real e com a retirada de direitos, como cortar PLR de gestantes e bancários afastados por adoecimento, além de acabar com pagamento de gratificação de função e salário substituto. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários.

A Fenaban pediu um prazo para se reunir com os bancos e, assim, a negociação continua na quinta-feira (dia 23).

“As cláusulas econômicas continuam sendo insuficientes, principalmente, diante dos lucros apresentados pelos bancos, além disso, a proposta não garante os direitos conquistados, sem falar que não houve avanço também quanto aos novos modelos de contratação. Acreditamos que a proposta possa melhorar na mesa de negociação”, ressaltou o presidente do SEEBCG-MS e membro do Comando, Edvaldo Barros.

 

Proposta dos bancos

O setor mais lucrativo do país apresentou novamente proposta insuficiente aos seus empregados e com retirada de direitos. Os cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander), que somente no primeiro semestre deste ano já ganharam R$ 42 milhões ou quase 18% mais que em 2017, apresentaram aos bancários um acordo com aumento real de somente 0,5%, e alteração ou exclusão de diversas cláusulas de Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) como o pagamento proporcional, e não mais integral, da PLR das bancárias em licença-maternidade e de afastados por doença ou acidente.

A proposta foi rejeitada na mesa de negociação dessa terça-feira (21), a oitava da Campanha Nacional 2018. “Os dirigentes que compõem o Comando Nacional dos Bancários rejeitaram a proposta porque tem retirada de direitos e, em assembleias realizadas em todo o Brasil, a categoria já afirmou que não aceita nenhum direito a menos”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “Houve alteração no índice, com aumento real, mas ainda é insuficiente, aquém do que eles podem pagar. Setores menos lucrativos pagaram aumento real maior e os bancos podem pagar ainda mais.”

A Fenaban pediu um prazo para se reunir com os bancos e, assim, a negociação continua na quinta-feira (23).

Veja mais sobre a proposta dos bancos:

  • Retirada do salário substituto (cláusula 5ª);
  • Fim da PLR integral para bancárias em licença-maternidade e afastados por acidente ou doença (esses trabalhadores receberiam PLR proporcional ao período trabalhado);
  • Querem compensar, caso percam na Justiça, as horas extras pagas como gratificação de função conforme a cláusula 11ª da CCT. Esse item não vale para os bancos públicos, que têm Plano de Cargos e Salários (PCS). A proposta foi rejeitada e o Comando quer negociar PCS para todos;
  • Alteração da cláusula do vale-transporte, rejeitada porque ficaria pior do que a lei (cláusula 21ª);
  • Fim da cláusula que proíbe a divulgação de ranking individual (cláusula 37ª);
  • Retirada da cláusula que previa adicional de insalubridade e periculosidade porque está na lei (cláusula 10ª);
  • Querem flexibilizar o horário de almoço de 15 minutos para 30 minutos na jornada de seis horas (exceto para teleatendimento e telemarketing);
  • Fim do vale-cultura (cláusula 69). Comando quer que permaneça para que o direito esteja garantido caso do governo retome o programa;
  • Outro avanço: mantém o direito do hipersuficiente à CCT (quem ganha mais de R$ 11.291,60);
  • Mantém o direito ao adiantamento emergencial para quem tem recurso ao INSS por 90 dias. Os bancários querem 120 dias.

Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS (Com informações da Contraf-CUT)

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