13 de Julho de 2018 às 08:45

Negociações específicas do BRB começam sem definições por parte do banco

Campanha Nacional

O Sindicato dos Bancários de Brasília realizou nesta quarta-feira (11) a primeira rodada de negociações específicas com o BRB para a Campanha Nacional dos Bancários 2018. Na ocasião, foi fixado o calendário e o procedimento para as negociações, as quais ocorrerão todas as quartas-feiras pela manhã, à exceção da primeira semana de agosto, que será na quinta-feira (2). 

Quanto ao procedimento, as partes -- Sindicato e BRB -- definiram que, durante o debate, será repassada cláusula a cláusula do atual acordo. Na oportunidade, se for o caso, o Sindicato acrescentará aquilo que consta da pauta de reivindicações 2018.  

Outro item discutido foi a assinatura do pré-acordo. Em função do fim da ultratividade pela nova lei trabalhista, que garantia a extensão de um acordo até que um novo fosse assinado, a Contraf-CUT apresentou à Fenaban e a todos os bancos uma minuta de pré-acordo que, entre as cláusulas, assegura a continuidade do atual até que outro seja firmado. 

O BRB afirmou que neste momento não pode se comprometer com o pré-acordo, pois a avaliação jurídica é de que a adesão a ele poderia criar dificuldades caso as negociações se frustrem, embora o banco tenha garantido o firme propósito de negociar à exaustão. E assegurou que fará o esforço necessário para chegar a um acordo antes do término do atual. 

“Mesmo que o BRB afirme a disposição de negociar e tentar um acordo até 31 de agosto, data em que vence o atual, a não assinatura do pré-acordo é uma sinalização desconfortante, pois abre a possibilidade de se pensar que o banco queira rediscutir benefícios já incorporados ao quotidiano dos seus empregados. Isto é ruim”, comenta Ivan Amarante, diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do BRB, presente à negociação. 

Ainda sobre o assunto, o banco afirmou que, embora no momento a decisão seja a de não assinar o documento, não cogita, em hipótese alguma, suprimir qualquer benefício hoje já pago (tais como os auxílios alimentação/refeição, creche, educação, vale-transporte etc) a partir de setembro, mesmo que ainda não se tenham sido concluídas as negociações. 

O Sindicato também cobrou informações sobre as questões específicas a seguir: 

PCS 

O BRB admite que há um projeto semiacabado, porém, a decisão da atual diretoria é de suspender esta discussão, em função das peculiaridades deste ano, em que haverá eleições, o que poderá ocasionar até na alteração da própria diretoria. 

Novas contratações 

O banco já decidiu que nesta gestão não fará concurso público. E afirma que considera adequado o atual número de funcionários, levando-se em conta a nova configuração que o sistema financeiro está tomando, de investir muito em processos de automação (mobile, banknet, processos digitais), de forma a diminuir sobremaneira o trabalho manual, que demanda mais empregados. 

Homologação de rescisões e negociação individual 

Sobre a reivindicação de manutenção das homologações das rescisões no Sindicato, e a possibilidade de negociação individual prevista na nova lei trabalhista, o BRB disse que ainda não discutiu o assunto, motivo pelo qual ainda não tem como se posicionar. O Sindicato, por sua vez, cobrou um posicionamento a ser apresentado pelo banco na próxima negociação, que ocorrerá no dia 18. 

Incorporação de função 

Com relação à incorporação de função para quem tenha dez anos ou mais de exercício de função comissionada ou atividade gratificada, caso venha a perdê-la por decisão do BRB, a comissão disse que também não tem uma definição sobre o assunto, mas entende que este mecanismo precisa de ajuste. O banco afirmou que um norteador importante nas negociações é a preocupação com a elevação do custo da folha, e uma discussão sobre este item específico deverá observar esta questão. 

“Em que pese termos ajustado o calendário e o rito das negociações, o BRB não apresentou nada que pudesse sinalizar aos empregados a disposição de construir um bom acordo, uma vez que fez questão de enfatizar em mesa a necessidade de contenção de custos de pessoal, não se comprometeu com o pré-acordo e não trouxe resposta para questões fundamentais que foram agredidas com a nova lei trabalhista, como a possibilidade de negociações individuais e ainda a homologação de rescisões à revelia do Sindicato. É um início que nos preocupa”, ressalta o diretor do Sindicato e bancário do BRB Daniel de Oliveira, que esteve na reunião. 

Também estiveram presentes à negociação o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio e a diretora da Fetec-CUT/CN Cida Sousa, ambos bancários do BRB. 

Fonte: SEEB/Brasília

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