23 de Agosto de 2018 às 12:10
Campanha Nacional
Os bancários de todo o país continuam fazendo paralisações, total ou parcial, das agências nesta quinta-feira (dia 23) contra a proposta apresentada pelos bancos. Em Campo Grande, o SEEBCG-MS retardou em 1h a abertura das agências da Avenida Coronel Antonino, que só abriram depois do meio dia.
Os diretores do sindicato estavam presentes nas agências do Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Santander e Bradesco, dialogando com os bancários e conscientizando sobre a importância da unidade neste momento de impasse da Campanha Nacional 2018.
Depois de oito rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, os bancos apresentaram uma proposta mínima de 0,5% de ganho real e com a retirada de direitos, como cortar PLR de gestantes e bancários afastados por adoecimento, além de acabar com pagamento de gratificação de função e salário substituto. A proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários e nesta quinta-feira, dia 23, as negociações continuam.
Segundo a secretária de Finanças do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, os trabalhadores estão atravessando um momento complicado de várias negociações e propostas de retirada de direitos.
“Nos indigna muito saber que há realmente desvalorização da mulher no meio financeiro, já que agora querem retirar o direito de que as mulheres grávidas também tenham PLR, bem como os adoecidos. Os bancários não se afastam do trabalho porque querem, mas sim por adquirir uma doença com o próprio serviço dentro dos bancos”, afirmou Neide.
De acordo com a secretária, a indignação entre os trabalhadores é grande e, por isso, eles continuarão para que nenhum direito seja retirado. “Meio por cento para a categoria é inviável, haja vista os lucros que os bancos tiveram nesses últimos meses. Queremos um reajuste que realmente venha de encontro com aquilo que o bancário trabalhou dando lucro para o banco, esse ganho real é necessário”, completou.
No primeiro semestre deste ano, Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander já ganharam R$ 41,9 bilhões, alta de 17,8% se comparado ao mesmo período de 2017.
As negociações específicas dos bancos públicos, Caixa e Banco do Brasil, também acontecem nesta quinta-feira. Depois de oito negociações sem muitos avanços, os bancários reivindicam a solução da campanha e reforçam que não há acordo sem a manutenção do ACT, com garantia dos planos de saúde e da PLR Social.
Para o secretário de Esportes e Lazer do sindicato e bancário da Caixa, Jadir Fragas, o Saúde Caixa é um dos pontos principais das reivindicações específicas, mas que não houve avanço até então.
“Com a precarização de trabalho e a diminuição da quantidade de funcionários nas agências, temos tido o aumento de adoecimentos dos bancários da Caixa. Mas agora, num momento delicado desse, o banco vem querendo mudar as regras do plano de saúde. Não podemos aceitar que essas regras sejam mudadas e nosso plano de saúde seja precarizado”, disse Jadir.
Segundo o secretário de Assuntos Jurídicos do SEEBCG-MS e bancário do BB, Orlando Almeida, há ainda uma grande expectativa de que haja avanços nas negociações específicas do banco. “Nós entendemos que há uma possibilidade da gente ter a materialização de vários avanços nesta negociação, então nesse sentido a gente fica mais esperançoso. Vamos continuar cobrando e exigindo para que a gente consiga o melhor acordo coletivo nessa situação”, completou.
Por: Daiana Porto/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação
Link: https://sindicario.com.br/campanha-nacional-2018/sindicato-se-mobiliza-e-atrasa-abertura-de-agencias-em-dia-de-negociacao/