24 de Julho de 2018 às 08:24
Campanha Nacional
Guina Ferraz
A terceira mesa de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários, representado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil da Contraf-CUT, e o banco aconteceu nesta segunda-feira (23), na Sede do BB em Brasília.
Conforme divulgado no calendário das negociações, o encontro tratou dos temas da Minuta de Reivindicações do Acordo Coletivo Aditivo (ACT) relacionados a Saúde do Trabalhador e Segurança Bancária.
A Comissão de Empresa abriu a reunião fazendo um relato dos problemas de afastamentos e adoecimento dos funcionários que, em muitas das situações são causados pela forma de cobrança das metas. Muitas metas abusivas são estabelecidas no BB fora do acordo de trabalho das equipes e com o controle e solicitação exclusiva do gestor, sem ligação com as metas das agências, no caso do BB, o sistema Conexão.
Os funcionários reclamam que as metas geralmente não precificam o mês de férias, o que faz com que até no período de gozo da folga o funcionário não descanse por aquele mês constar como queda de rendimento.
O banco ficou de avaliar essas situações com as áreas gestoras para entender melhor os problemas.
A Comissão de Empresa relatou ainda que tem chegado muitas reclamações de caixas, cuja a cobrança de metas tem sido feita pelos chamados caixas líderes, em muitos casos, fora do horário de trabalho e descumprindo o ACT. Essas cobranças são incentivadas pela Plataformas de Suporte Operacional, mas os exageros não estão sendo coibidos. O banco solicitou que a Contraf-CUT informasse as situações pontuais para que a prática seja coibida.
Foram denunciadas também várias situações de correspondentes bancários dentro das agências atuando nas sala de auto atendimento e até nas mesas de trabalho. Há uma reivindicação na minuta para que essa prática seja proibida, uma vez que traz para o ambiente interno uma concorrência de venda de produtos e serviços que prejudica a realização das tarefas dos funcionários, além de trazer insegurança jurídica para a empresa.
O Banco foi categórico ao afirmar que o correspondente bancário não é para atuar dentro da agência e vai orientar as unidades a cumprir o que determina a norma do Banco Central.
Nas questões específicas de saúde, não houve avanços e o Banco se comprometeu a renovar as cláusulas do ACT que tratam desse tema.
Algumas cláusulas tratadas também sem avanços, ainda serão objeto de discussão sobre redação.
Uma novidade colocada pelo Banco foi a proposta de flexibilização do intervalo de almoço. Ao funcionário de 6 horas passaria a possibilidade de intervalo de 15 até 30 minutos e para os funcionários de 8 horas, seria permitida a redução do intervalo para até 30 minutos. Em ambos os casos, normatizado no ponto eletrônico e sem opcional pelo funcionário, não sendo obrigatória a flexibilização.
A Contraf-CUT protocolou ao banco uma nova proposta para a Cassi, construída junto aos sindicatos, com o objetivo de mais uma vez chamar o banco à negociação na Mesa Específica da Cassi. Desde que a mesa foi interrompida, não houve nenhum avanço concreto de propostas e isso tem causado insegurança aos funcionários.
A Contraf-CUT fará matéria específica sobre a proposta para a Cassi ainda nesta semana.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa, a mesa não trouxe avanços significativos, o que frustra os funcionários, principalmente no que se refere às questões de saúde, afastamentos e em relação às metas abusivas. “A perda de comissão no retorno de licença saúde é um ponto que assombra muitos bancários e esperávamos um avanço maior. Esperamos que ainda no decorrer do processo de negociação, tenhamos respostas efetivas sobre saúde e segurança.”
Fonte: Contraf-CUT
Link: https://sindicario.com.br/campanha-nacional-2018/terceira-mesa-com-o-banco-do-brasil-traz-poucos-avancos/