28 de Agosto de 2020 às 08:00

Campanha Nacional: Bancários aprovam estado de assembleia permanente

Campanha salarial

Na noite desta quinta-feira (27), os bancários aprovaram o estado de Assembleia Geral Extraordinária Permanente durante assembleia virtual realizada pelo Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região (SEEBCG-MS). A medida foi aprovada por 98% dos participantes da assembleia.

“Nós precisamos convocar a categoria a qualquer momento e não dá tempo de cumprir os dispositivos do estatuto, que estabelecem antecedência. A partir de agora, podemos convocar assembleia em qualquer horário e dia. Nossas negociações estão se estendendo até tarde e precisamos finalizar esse processo o quanto antes”, esclarece a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

O sindicato poderá fazer consultas assembleares remotas/virtuais em dias e horários convocados pela Coordenação Nacional do Comando Nacional dos Bancários por meio dos canais de divulgação digitais oficiais.

“A categoria está em um momento delicado. Nossa Convenção Coletiva vence no dia 31, nós não temos mais a ultratividade que garantia a manutenção dos nossos direitos durante o período de negociação. Nós já tínhamos solicitado à Fenaban para estender a ultratividade até dezembro em virtude da pandemia, mas eles não quiseram negociar”, explica Neide Rodrigues. A ultratividade está entre os direitos retirados dos trabalhadores na Reforma Trabalhista.

Sem Proposta

A assembleia também foi convocada para avaliação da proposta da Fenaban apresentada nesta quinta-feira (25). Contudo, os bancos ainda insistem em retirar direitos e não houve avanço para que a categoria pudesse votar um novo acordo.

Houve uma pausa na reunião entre o Comando Nacional e a Fenaban para a realização das assembleias em todo o país e a 13ª rodada de negociação foi retomada após a votação.

Desde o início das negociações, os bancos têm apresentado propostas com retiradas de direito como, por exemplo: redução da gratificação de função de 55% para 50%; redução da PLR em até 48%; reajuste zero; suspensão do pagamento de verbas complementares no caso de bancários afastados por acidente de trabalho ou outro motivo.

Os bancos ainda propuseram o pagamento de abono salarial de R$ 1.656,22 para este ano e de R$ 2.232,75 para 2021, que não repõe metade da inflação do período.

“Como a mesa de negociação está sendo bem clara ao dizer que os bancários não aceitam retirada de direitos, os bancos recuaram, resolveram manter a PLR. Contudo, continuam com a proposta de abono para este ano e ofereceram, para 2021, pagamento da inflação em duas vezes, 70% em setembro e o restante (30%) 6 meses depois. Nós recusamos porque não dá para aceitar, quando você não tem o reajuste, você tem perda salarial. O índice da inflação está dando 2,5% e muitas categorias, que não são de um setor tão lucrativo quanto os bancos, tiveram reposição da inflação e ganho real”, avalia a presidente do sindicato, Neide Rodrigues.

O Itaú Unibanco teve lucro de R$ 3,9 bilhões, Bradesco de R$ 3,75 bilhões, Banco do Brasil de R$ 3,4 bilhões, Santander de R$ 3,85 bilhões e Caixa de R$ 3 bilhões, totalizando R$ 18 bilhões de lucro dos cinco maiores bancos apenas no primeiro trimestre de 2020, conforme levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Além da presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, a assembleia virtual contou a presença dos diretores Rubens Jorge Alencar, Everton Espíndola e José dos Santos Brito. Os bancários puderam participar com intervenções durante a discussão do andamento das negociações e envio de perguntas.

Caixa

As informações sobre a mesa específica da Caixa foram repassadas pelo secretário de Relações Sind. e Saúde do sindicato, Everton Espindola, que é funcionário da Caixa. Uma nova rodada de negociação foi realizada nesta quinta-feira (27).

De acordo com o diretor, até o momento da assembleia, a Caixa não havia apresentado propostas sobre a PLR Social. Houve apenas discussão em relação ao Saúde Caixa.

“Pela proposta, o banco fará a manutenção do nosso plano como está hoje, na regra 70/30, e assume a cobertura dos valores que, porventura, não sejam cobertos pelos empregados. Para 2021, a Caixa propõe o aumento do pagamento de 2% para 3,7% para o titular e mais 0,5% por dependente. Isso deve onerar bastante o empregado, principalmente aquele que tem dois ou três dependentes”, avalia o diretor.

Esta e outras mudanças apresentadas pelo banco seriam transitórias. Um grupo de trabalho seria criado para que em 2022 ocorram novas alterações para que a contribuição dos empregados, que hoje - segundo a Caixa - é de 22%, chegue a 30%.

Ainda conforme o diretor, o banco anunciou a inclusão dos empregados do concurso de 2014 no Saúde Caixa.

Banco do Brasil

Em relação ao Banco do Brasil, que teve rodada de negociação também nesta quinta-feira (27), o secretário geral Rubens Jorge Alencar, que é bancário do Banco do Brasil, informou que a proposta do banco manteve os itens anteriores: redução do percentual de distribuição de 4 para 2% do lucro líquido da PLR linear paga pelo programa próprio do banco (o que corresponde a uma redução de 50%); redução de 3 para 1 ciclo avaliatório da Gestão de Desempenho Profissional (GDP) para descomissionamento; impossibilidade de conversão em espécie e de acúmulo dos 5 dias de abono que o trabalhador tem direito uma vez por ano; registro do ponto eletrônico no intervalo intrajornada dos funcionários com jornada de 6 horas, podendo ser ampliado de 15 para 30 minutos; entre outros pontos.

“Continuamos na expectativa de avanços na mesa de negociação geral. Sabemos que não está sendo fácil, são reuniões longas, mas o Comando conta com o apoio da categoria e esperamos resultados melhores nesses próximos dias”, relata o diretor.

Mobilização

As negociações continuam nos próximos dias. A categoria enfrenta agora um momento decisivo e os bancários devem continuar atentos às redes sociais do sindicato. De acordo com Neide Rodrigues, esse é o momento de mobilização em todas as mídias digitais e também de apoio ao sindicato.

“Tudo que tem na Convenção Coletiva é resultado de muita negociação, de muita dedicação do movimento sindical. Daí a importância de estar filiado. O trabalhador que ainda não é sindicalizado, precisa estar junto com a gente, para fortalecer a negociação, a nossa atuação e manter os direitos dos trabalhadores”, destaca a presidente do sindicato.

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS 

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