22 de Agosto de 2011 às 12:26

Na entrega da pauta específica à Caixa, Comando lembra que cenário é positivo para a Campanha

Comando Nacional entrega pauta de reivindicações à Caixa Econômifa Federal

Com os lucros das seis maiores instituições financeiras brasileiras rompendo os R$ 26 bilhões somente no primeiro semestre de 2011 e a pujança da economia brasileira, o cenário é positivo para a Campanha Nacional dos bancários. Dentro dessa lógica, o Comando Nacional dos Bancários entregou nesta quarta-feira (17) a minuta com as reivindicações específicas dos empregados ao vice-presidente de Gestão de Pessoas da Caixa Econômica Federal, Nelson Antonio de Souza.

“Diante do lucro de R$ 2,3 bilhões apresentado pela Caixa Econômica nos primeiros seis meses deste ano, esperamos conquistar um acordo positivo para todos os empregados e empregadas”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, lembrando que esse lucro, recorde, é 36,4% maior do que o verificado no mesmo período do ano passado.

A expectativa, segundo Carlos Cordeiro, é que o acordo deste ano supere o de 2010. “Estamos num momento importante da economia brasileira. Enquanto os países europeus e os Estados Unidos estão em crise, a economia brasileira continua crescendo”, frisou Cordeiro.

Agilidade

Assim como ocorreu na Campanha de 2010, o presidente da Contraf-CUT pediu agilidade na mesa de negociações deste ano. “A intenção é concluir a campanha na Caixa no âmbito da mesa específica, da mesma forma que ocorreu na campanha do ano passado. Será bom para ambos os lados”.

Coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jair Pedro Ferreira solicitou aos seis representantes da empresa que seja adotada neste ano a mesma dinâmica da Campanha de 2010. “Esperamos solucionar os problemas do Saúde Caixa e avançar em questões importantes como Processo Seletivo Interno (PSI), jornada, voto de minerva na Funcef, além dos assuntos relacionados aos aposentados”, observou.

Disposição

Ao afirmar que a Caixa tem disposição para negociar um bom acordo, Nelson Antonio de Souza destacou a importância do diálogo entre as duas partes. “Existe uma recomendação da Caixa de buscar entendimento para não precarizar a relação entre trabalhadores e empresa e tampouco o trabalho dos bancários”, assegurou. Souza também prometeu empenho pessoal nas negociações com os representantes dos empregados.

Questionado sobre o posicionamento da Caixa em relação aos correspondentes bancários, o vice-presidente informou que a empresa acompanha atenta a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 214/2011, apresentado pelo deputado Ricardo Berzoini (PT/SP), que tem o objetivo de suspender as recentes resoluções do Banco Central que ampliam a atuação dos correspondentes bancários no país.

Representando Brasília, o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto, e a secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Fabiana Uehara, também participaram da entrega da minuta específica. “Há espaço para negociação com a Caixa. O fabuloso lucro da empresa é uma prova de que temos condições de conquistar um bom acordo”, disse Fabiana.

Para Rodrigo Britto, o sucesso da Campanha Nacional 2011 depende, necessariamente, da força e mobilização do conjunto da categoria. “Novas conquistas estão condicionadas ao tamanho e à consistência do nosso movimento. Por isso, os bancários devem participar de todas as atividades organizadas pelo Sindicato. A participação de todos fará a diferença”.

Entre as prioridades deste ano dos empregados da Caixa estão a recomposição do poder de compra dos salários; a contratação urgente de novos empregados; a isonomia de direitos entre novos e antigos empregados; a solução dos problemas do Saúde Caixa; o pagamento do tíquete e da cesta-alimentação para todos os aposentados e pensionistas; o fim do voto de Minerva na Funcef e da discriminação aos participantes do REG/Replan não-saldado; combate à proliferação indiscriminada dos correspondentes bancários; melhores condições de trabalho; respeito à jornada de seis horas e democratização da gestão.


Essas e as demais reivindicações dos empregados da Caixa foram definidas durante o 27º Congresso Nacional dos Empregados (Conecef), realizado nos dias 9 e 10 de julho, em São Paulo.


Mesa permanente

No encontro, atendendo a pedido dos representantes dos empregados, foi agendada uma reunião para esta quinta-feira (18) para tratar especificamente das pendências da mesa permanente de negociações. O encontro será entre as 15h e 17h30, em Brasília.

Confira, abaixo, os principais itens da pauta específica dos empregados da Caixa.

Carreira, jornada, isonomia, Sipon e Conselho de Administração


- Criação de critérios não-subjetivos para descomissionamento e transparência nos PSIs.
- Contratação de novos empregados.
- Jornada de seis horas, sem redução salarial.
- Valorização dos pisos, com adoção do piso do Dieese e reflexos em todo PCS
- Registro de ponto para todos, com login único.
- Isonomia - apoio ao PL 6.259/05 e realização de encontro nacional para debater o assunto, com o envolvimento, inclusive, de outras estatais.
- Acessibilidade a cursos e possibilidades de carreira para empregados com deficiência.

Saúde Caixa e saúde do trabalhador


- Combate ao assédio moral e a toda forma de violência organizacional.
- Utilização do superávit anual do Saúde Caixa para melhorias do plano.
- Redimensionamento do número de empregado (LAP).
- Plano Saúde-Família (inclusão de dependentes, hoje fora do plano).

Funcef e aposentados


- Fim do voto de minerva na Funcef.
- Reconhecimento do CTVA como verba salarial.
- Extensão do auxílio-alimentação para os aposentados.
- Unificação dos planos anteriores ao Novo Plano, sem discriminação (REB e REG/Replan).

Segurança e correspondentes bancários


- Combate, de todas as formas, à proliferação dos correspondentes.
- Elevação do valor de indenização em caso de assalto.
- Criação de travas no sistema, caso operações contrariem os normativos internos (prevenir processos de apuração de responsabilidades).

Lucros recordes

Com rentabilidade média de 25%, os principais bancos que atuam no território nacional superam, de longe, o desempenho das instituições financeiras europeias e norte-americanas. Somente nos seis primeiros meses de 2011, os bancos com atividades no Brasil divulgaram lucros, acima dos R$ 26 bilhões.

Banco

Lucro no 1º semestre de 2011

Crescimento em relação ao 1º semestre de 2010

Caixa Econômica Federal

R$ 2,3 bilhões

36,4%

Banco do Brasil

R$ 6,2 bilhões

23,9%

Itaú Unibanco

R$ 7,13 bilhões

11,5%

Bradesco

R$ 5,4 bilhões

21,7%

Santander

R$ 4,15 bilhões

17,7%

Banco do Nordeste

R$ 300,7 milhões

173%

HSBC

R$ 637 milhões

33%

Banco do Nordeste

R$ 300,7 milhões

173%


Rodrigo Couto -
Do Seeb Brasília

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