17 de Novembro de 2022 às 13:00

Sindicato promove campanha pelo Dia da Consciência Negra

Reflexão

20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Em mais um ano, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região promove uma campanha para maximizar a reflexão da luta do povo negro.

Com banner nas redes sociais e site de notícias, a ideia do sindicato é chamar atenção de que as pessoas não nascem com preconceito. A frase que consta na arte da campanha é: "Ninguém nasce racista. Consciência se ensina e se aprende”. 

“Desta vez, queremos chamar atenção dos bancários e também da população que ninguém nasce racista, mas nos tornamos racismo por tudo que aprendemos na nossa sociedade e em casa. Por isso, precisamos trabalhar ações contra preconceitos e racismo com as nossas crianças”, destaca a presidenta do sindicato, Neide Rodrigues. 

De acordo com o censo da categoria bancária de 2019, apesar de serem maioria entre a população brasileira, os negros representam apenas 28,2% e os pardos 24,3% do quadro de funcionários, deles, apenas 4,8% estão nos cargos de diretoria das instituições financeiras. 


“O sistema financeiro precisa também ter essa consciência. Mesmo em regiões, como a Bahia por exemplo, onde a maior parte da população é negra, você mal os vê nas agências bancárias. A gente luta por igualdade de oportunidades”, afirma a presidente.

Desigualdades Sociais

O IBGE divulgou dados do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil que revelam que as pessoas pretas e pardas continuam com menor acesso a emprego, educação, segurança e saneamento. Veja abaixo alguns destaques do estudo:

  • Em 2021, considerando-se a linha de pobreza monetária proposta pelo Banco Mundial, a proporção de pessoas pobres no país era de 18,6% entre os brancos e praticamente o dobro entre os pretos (34,5%) e entre os pardos (38,4%).

  • Em 2021, a taxa de desocupação foi de 11,3% para a população branca, 16,5% para a preta e 16,2% para a parda. Já as taxas de subutilização destas populações foram, respectivamente, 22,5%, 32,0% e 33,4%.

  • Em 2021, a taxa de informalidade da população ocupada era 40,1%, sendo 32,7% para os brancos, 43,4% para os pretos e 47,0% para os pardos.

  • O rendimento médio dos trabalhadores brancos (R$3.099) superava muito o de pretos (R$1.764) e pardos (R$1.814) em 2021.

  • Mais da metade (53,8%) dos trabalhadores do país em 2021 eram pretos ou pardos, mas esses grupos, somados, ocupavam apenas 29,5% dos cargos gerenciais, enquanto os brancos ocupavam 69,0% deles.

  • Pretos e pardos enfrentam maior insegurança de posse da moradia: 20,8% das pessoas pardas e 19,7% das pessoas pretas residentes em domicílios próprios não tinham documentação da propriedade, enquanto a proporção entre as pessoas brancas era praticamente a metade (10,1%).

  • Segundo o Censo Agro 2017, entre os proprietários de grandes estabelecimentos agropecuários (com mais de 10 mil hectares), 79,1% eram brancos, enquanto apenas 17,4% eram pardos e 1,6% eram pretos.

  • Em 2020, houve 49,9 mil homicídios no país, ou 23,6 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas brancas, a taxa foi de 11,5 mortes por 100 mil habitantes. Entre as pessoas pardas, a taxa foi de 34,1 mortes por 100 mil habitantes e, entre as pessoas pretas, foi de 21,9 mortes por 100 mil habitantes.

  • Nas áreas de graduação presencial com maior número de matrículas em 2020, as maiores proporções de pretos e pardos estavam em pedagogia (11,6% de pretos e 36,2% de pardos) e enfermagem (8,5% de pretos e 35,2% de pardos). Já o curso de medicina tinha apenas 3,2% de matriculados pretos e 21,8% de pardos.

  • Os dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, que analisa as desigualdades entre brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas em cinco temas: trabalho, distribuição de renda, moradia, educação, violência e representação política.

Por: Comunicação do SEEBCG-MS (com informações da Agência IBGE)

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