31 de Outubro de 2019 às 08:35

Bancários reforçam luta em defesa das estatais, em Brasília

Manifestação

Uma multidão foi às ruas de Brasília para protestar contra a política econômica do governo de Jair Bolsonaro (PSL), nessa quarta-feira (30). A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região (SEEBCG-MS), Neide Rodrigues, e o secretário de Relações Sindicais e Saúde do sindicato, Everton José Gaeta Espindola, participaram da manifestação.

Com cartazes e palavras de ordem, num ato pacífico, trabalhadores de bancos públicos e empresas públicas se somaram a movimentos sociais para dar o recado: Não mexam nos bancos públicos e nas empresas públicas!

Durante a manifestação, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, enfatizou a importância da luta em defesa do patrimônio público. “Hoje fizemos o Dia Nacional de Mobilização e Luta contra a política do ministro da Economia, Paulo Guedes, que está entregando as estatais, desmontando o serviço público, como a educação e a saúde. Estamos lutando para reverter esse quadro e, nós, os bancários de todo o Brasil, estamos aqui porque sabemos a importância de fazer essa luta em defesa do patrimônio brasileiro”, disse.

  

Juvandia alertou ainda sobre a situação de grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras no país. “O Brasil possui mais de 12 milhões de desempregados e tem quase 28 milhões de pessoas que estão em subemprego, no desalento, precarizados. Não podemos permitir que entreguem as estatais, tudo isso vai causar prejuízo para população brasileira. Por isso, queremos emprego e renda”, reafirmou a presidenta da Contraf-CUT.

De acordo com o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, o governo desrespeita a população quando propõe a privatização das empresas públicas e dos bancos públicos. “As estatais brasileiras são patrimônio do povo e instrumentos de desenvolvimento do nosso país e nós não podemos permitir que, de maneira nenhuma, eles vendam as estatais”, disse.

Em um país como o Brasil, onde a iniciativa privada e as empresas multinacionais não fazem investimentos, a única possibilidade de o país crescer é com investimento do Estado, do BNDES, das empresas estatais que eles querem destruir, explicou o presidente da CUT.

Para a deputada federal Erika Kokay, que é bancária, “o país pensado por Jair Bolsonaro é um país onde não cabe o povo brasileiro. O povo está excluído do orçamento e de qualquer tipo de programa e de desenvolvimento nacional. Esse país é um país que entrega as nossas riquezas para outros países, abre mão dos seus instrumentos estratégicos, como os bancos públicos, a energia e o petróleo”, afirmou.

Erika reafirmou a importância da resistência na luta em defesa da soberania nacional. “Esse país vai ter a nossa resistência porque entendemos que o Brasil se faz Brasil e respeita o seu povo com as empresas públicas fundamentais para o seu desenvolvimento. Não pode ser um paraíso do capitalismo financeiro. O Brasil tem que ser o paraíso para o seu povo.  Por isso não toque nos bancos públicos, nas empresas públicas”, disse.

Durante o ato foi distribuída uma carta à população explicando os motivos desta mobilização. Confira a íntegra da nota abaixo.

CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

Nós, brasileiros e brasileiras, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, mulheres, jovens, negros e negras, construtores e construtoras do movimento sindical e das lutas populares do nosso país, nos mobilizamos nesta quarta-feira, 30 de outubro de 2019, nas ruas da capital federal, para manifestar nossa indignação com o governo Jair Bolsonaro e sua política econômica que agrava a crise econômica, não gera empregos, ataca nossos direitos sociais e a soberania do nosso país.

As ações e as reações do governo – e a falta delas – só fazem piorar a situação do povo brasileiro. A economia não cresce. Os desempregados já são 12,6 milhões. Somando desempregados, trabalhadores desalentados e aqueles que só conseguem trabalhos com jornadas parciais, o Brasil tem hoje 27,8 milhões de trabalhadores subutilizados.

A desigualdade social só aumenta. O 1% mais rico do país, que são 2,1 milhões de pessoas, ganham 34 vezes mais do que os 104 milhões de brasileiros que compõem a metade mais pobre da população. Os rendimentos dessa parcela mais rica cresceram 8%, enquanto o dos mais pobres caiu 3%. De toda a renda do Brasil, 40% estão nas mãos de apenas 10% da população, dados que revelam recordes históricos de desigualdade.

Temos um governo que assiste e promove a destruição do país. O ano iniciou com mais um crime da Vale, matando 251 trabalhadores em Brumadinho e vemos, até agora, a inércia do Estado na responsabilização e punição dos envolvidos. Assistimos, depois, a escalada criminosa das queimadas na Amazônia e, agora, o óleo que mancha e polui o litoral do Nordeste sem que o presidente Bolsonaro se digne sequer a visitar a área. É sempre o lucro acima da vida.

Não podemos mais aceitar que o povo trabalhador seja tratado como responsável por essa crise, como querem Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes. Para eles, a “solução” é tudo para os ricos e patrões e a destruição, o corte e a comercialização dos direitos da maioria do povo. Assim foi com a reforma da Previdência, com os cortes na educação, o congelamento dos investimentos sociais e as propostas de reforma administrativa, tributária e de mais cortes nos direitos dos trabalhadores.

Fonte: Contraf-CUT

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