11 de Junho de 2018 às 07:00

Bancários definem pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2018

Conferência Nacional

Aumento real para os salários e demais verbas, defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos Bancários com todos os direitos para todos os trabalhadores da categoria; manutenção da mesa única de negociações entre bancos públicos e privados; dos empregos, com a proibição das demissões em massa. E garantir que nenhum bancário receba PLR menor em 2018.

Essas são algumas das principais reivindicações definidas, no domingo (dia 10), pelos 627 delegados e delegadas eleitos em todo o Brasil, durante a 20ª Conferência Nacional da categoria.

A pauta da Campanha Nacional Unificada 2018 será entregue à federação dos bancos (Fenaban) na quarta-feira, dia 13. O Comando Nacional dos Bancários levará à Fenaban um pré-acordo para garantir a manutenção de todos os direitos da CCT e dos acordos específicos até a definição das negociações deste ano.

Para se defender o acordo da categoria da reforma trabalhista, em vigor desde 11 de novembro de 2017, os bancários querem incluir cláusula determinando que contratos de trabalho intermitente, parcial, autônomo, terceirizado, só podem ocorrer se for acordado com o Comando Nacional dos Bancários. O mesmo em relação à contratação de banco de horas ou compensação que deverá ser feita via negociação coletiva.

Também que as homologações realizadas nos sindicatos como forma de defender que os bancários recebam tudo que lhes é devido em caso de demissão.

A pauta também garante que o acordo valha para o trabalhador hipersuficiente. De acordo com nova lei trabalhista, empregados com nível superior e remuneração acima de duas vezes o teto de benefícios do INSS (que hoje corresponderia a R$ 11.291) negociariam direto com o patrão, correndo o risco de perder direitos como a PLR.

Segundo o presidente do SEBBCG, Edvaldo Barros, a conferência foi um momento importante de debates sobre a Campanha Nacional, principalmente, após a aprovação da reforma trabalhista e suas ameaças ao acordo coletivo da categoria: “O momento é de mobilização dos bancários e toda classe trabalhadora contra a retirada de direitos. Todos precisam entender o momento econômico e político que o Brasil atravessa com ataques às empresas públicas que sempre foram fundamentais para o desenvolvimento do país. Então, mais do que nunca, a unidade dos trabalhadores e das trabalhadoras é fundamental para garantir direitos conquistados”, ressaltou.

Além de Edvaldo Barros, também estavam representando os bancários da base do SEEBCG-MS os delegados: Neide Rodrigues, Leila de Oliveira, Orlando de Almeida Filho, Jadir Fragas.

 

Bancos e a desigualdade

A categoria conta com 485.719 trabalhadores (de acordo com dados da Rais de dezembro de 2016), mas dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, do Ministério do Trabalho, indicam que mais de 40 mil postos de trabalho foram extintos pelos bancos após o golpe do governo de Michel Temer.

Isso em instituições que viram o lucro líquido crescer R$ 20,6 bilhões no primeiro trimestre de 2018, crescimento de 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2017, esses cinco maiores (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 77,4 bilhões, alta de 33,5% em 12 meses.

“Isso mostra a centralidade da Campanha Nacional dos Bancários para o país. Os bancos continuam lucrando como sempre, numa das piores crises já vividas pelo Brasil. Um setor que ganha tanto não pode colaborar com o empobrecimento da população brasileira, desempregando tantos trabalhadores, cobrando juros tão altos que inviabilizam o investimento no desenvolvimento nacional”, afirma a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando.

Resoluções

Os trabalhadores dos bancos definiram como pontos centrais da Campanha Nacional Unificada 2018 a defesa dos bancos públicos, como BB, Caixa, BNDES, BNB, Basa e das demais estatais (como Petrobras e Eletrobras).

Foram aprovadas resoluções em defesa dessas instituições, a luta em defesa da democracia e das eleições 2018, pela liberdade de Lula que é preso político e seu direito de ser candidato, como pontos estratégicos para os trabalhadores.

“Será nas urnas, por meio da democracia, que o povo trabalhador poderá alterar os rumos que estão levando o Brasil à ruína desde o golpe. Por isso, orientamos o voto em candidatos a presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais que se comprometam com a defesa dos bancos públicos, a revogação da reforma trabalhista, da PEC da Morte que congelou investimentos em saúde e educação por 20 anos, da terceirização ilimitada, da reforma da Previdência que acaba com o direito à aposentadoria”, ressalta Juvandia. “O movimento sindical bancário sempre esteve à frente da luta em defesa da democracia e de uma sociedade mais justa e igualitária. Este ano não será diferente”.

Os bancários aprovaram durante a Conferência, a participação no Dia Nacional de Luta, convocado pelas centrais sindicais para 10 de agosto. Será o Dia do Basta ao desemprego, ao desmonte do Brasil.

Contribuição negocial

Estará na pauta que os bancários entregarão aos bancos a cobrança da contribuição negocial como cláusula da CCT para todos, como mecanismo de participação dos trabalhadores na sustentabilidade dos sindicatos, federações, confederação e central sindical.

Debates

A 20ª Conferência Nacional dos Bancários foi realizada entre os dias 8 e 10 de junho. Nesses três dias, foram discutidos a defesa da democracia, a defesa das empresas públicas e o sistema financeiro que queremos.

Clique nos links abaixo e leia mais informações sobre os debates:

Primeira mesa da Conferência Nacional reflete sobre defesa da democracia

20ª Conferência Nacional une trabalhadores em defesa do patrimônio público

Sistema Financeiro é o tema da terceira mesa na 20ª Conferência Nacional dos Bancários

 

Fonte: Contraf-CUT

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