A Fenaban apresentou ao Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira, 7 de agosto, uma proposta que concede apenas a reposição da inflação por quatro anos para os salários, PLR e todas as verbas econômicas, e não contempla as reivindicações sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. A inflação projetada para 1º de setembro, a data-base da categoria, é de 3,90%.
O Comando Nacional considera a proposta dos bancos incompleta e insuficiente, porque não atende às expectativas dos bancários, e orienta as assembleias desta quarta-feira (8) a rejeitarem a proposta. Nova rodada de negociação foi marcada para o dia 17.
O Comando também indica às assembleias aprovarem paralisação parcial e retardarem a abertura das agências na sexta-feira, dia 10, em adesão ao Dia do Basta!, convocado pela CUT e demais centrais sindicais para protestar contra o desemprego, a retirada de direitos, o aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, as privatizações e a entrega das riquezas nacionais ao grande capital nacional e internacional. Veja aqui como será o Dia do Basta!
“Os banqueiros enrolam a categoria e não apresentam a proposta global que haviam prometido. A proposta apresentada, além de incompleta, está muito aquém do que é reivindicado pela categoria. Queremos aumento real, porque os bancos têm absoluta condição de atender, e em hipótese alguma vamos aceitar retirada de direitos e ataques à organização dos trabalhadores”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), membro do Comando Nacional.
“Mais uma vez, a Fenaban frustra a categoria bancária. Na última reunião entre Comando e Fenaban, os bancos haviam prometido apresentar uma proposta global que pudesse atender a todos os trabalhadores, mas hoje trouxeram apenas uma proposta econômica insuficiente, principalmente pelos lucros apresentados pelo sistema financeiro. Ou seja, o setor mais lucrativo deste país não reconhece o trabalho dos bancários. Vamos seguir nossa mobilização, queremos ganho real e nenhum direito a menos”, acrescenta Edvaldo Barros, presidente do Sindicato de Campo Grande, também integrante do Comando Nacional dos Bancários.
“Consideramos essa postura dos bancos um desrespeito aos bancários, que com seu trabalho e empenho são os principais responsáveis pelos altos lucros das empresas. Por isso, só nos resta o caminho de ampliar a mobilização em todo o país para pressionar os banqueiros a atenderem nossas reivindicações”, reafirma Clodoaldo Barbosa, presidente do Sindicato e Mato Grosso e também membro do Comando Nacional.
O que os bancários querem
˃ Aumento real de 5%.
˃ PLR de três salários mais R$ 8.546,64 fixos para todos.
˃ Pisos salariais:
• R$ 3.747,10 para portaria, contínuos, serventes e escritório.
• R$ 5.058,59 para caixas, operadores de atendimento, empregados de tesouraria, analistas de crédito e os que efetuam pagamentos e recebimentos.
• Primeiro comissionado: R$ 6.370,07 (incluindo gratificação de função).
• Primeiro gerente e técnico de TI: R$8.430,98 (incluindo gratificação de função).
˃ Assinatura de pré-acordo para estender a validade da Convenção Coletiva (que expira em 31 de agosto) até que novo acordo seja firmado, garantindo assim a manutenção de todos os direitos da categoria.
˃ Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
˃ Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações e ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
˃ Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 954,00 (salário mínimo nacional).
˃ Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, garantindo salários iguais para as mesmas funções, preservando a isonomia salarial.
˃ Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
˃ 14º salário.
˃ Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
˃ Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Fetec-CUT/CN