6 de Fevereiro de 2020 às 08:29

Nova reestruturação do BB pode reduzir PLR dos funcionários

Desmonte

As mudanças anunciadas pelo Banco do Brasil na segunda-feira (3) no plano de carreiras e salários pode levar à redução da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) paga aos funcionários, segundo o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“A PLR é paga com base no valor de referência (VR) da gratificação paga aos funcionários. As mudanças anunciadas pelo banco reduzem o VR e, com isso, a PLR também pode ser reduzida”, explicou o representante dos funcionários.

A próxima parcela da PLR, que tem que ser paga até o final de março, ainda não sofre alterações. “O valor é referente ao semestre passado, quando ainda valia o VR anterior. Mas, a partir deste ano o banco quer economizar reduzindo o valor a ser pago de PLR aos funcionários. Temos que nos mobilizar para garantir nossos diretos e impedir mais esse ataque aos trabalhadores”, disse Fukunaga.

Remunerações mensais

As mudanças também atingem as remunerações mensais. Com a alegação de aumentar as remunerações para evitar a perda de funcionários para bancos e outras empresas privadas, o banco instituiu um bônus de até quatro salários por ano para quem cumprir metas. Mas, em contrapartida, o banco vai reduzir os valores de referência das gratificações pagas aos funcionários.

Segundo o coordenador da CEBB, as mudanças geram perdas de até 15% da remuneração mensal dos funcionários. “O banco tenta vender isso como sendo algo bom, que vai equiparar os salários aos do mercado privado. Todos sabemos que cargos em empresas públicas são disputados devido ao salário acima da média do mercado. As pessoas conquistam uma vaga em concursos”, disse. Para ele, as mudanças implantadas reduzem os salários dos funcionários concursados, de carreira, que conquistaram o emprego por méritos próprios, e aumentam o dos “funcionários” que ocupam cargos preenchidos por nomeação do governo e da direção do banco, indicados pelo marcado privado.

“A proposta traz redução de salários para o conjunto dos funcionários e aumento para uns poucos indicados pelo mercado. E o governo vende a ideia de que isso é bom. É bom pra quem?”, questiona Fukunaga.

Mobilização

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) soltou um comunicado na terça-feira (4) orientando os sindicatos e federações de trabalhadores bancários a realizarem atividades de mobilização nos dias 6 e 12 de fevereiro. No dia 6, a orientação é para que sejam realizadas atividades em frente das agências do Banco do Brasil para alertar os funcionários e a população sobre o engodo do governo, que vende algo prejudicial como sendo algo bom. No dia 12, a orientação é adentrar nas agências para mostrar aos funcionários o quanto eles perdem com a proposta apresentada na segunda-feira (3).

“Orientamos os funcionários a irem de preto nestes dias e fazerem os protestos ganharem as redes sociais, com fotos das manifestações e hashtag específica”, concluiu o coordenador da CEBB.

As postagens de funcionários e dirigentes nas redes sociais devem conter a hashtag #deformaBB.

Fonte: Contraf-CUT

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