20 de Outubro de 2023 às 08:30
CONCUT
Foto: Dino Santos/CUT
Com o auditório do Expo Center Norte lotado por mais de dois mil delegados e delegadas sindicais de todos os cantos do país, além de lideranças internacionais, teve início na noite desta quinta-feira (19), em São Paulo, o 14º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), evento histórico para a classe trabalhadora e o movimento sindical dado o contexto em que é realizado. Em 2023 a CUT está completando 40 anos de história e, para além da comemoração dessas quatro décadas de luta, o CONCUT acontece em um cenário de reconstrução do Brasil, após sete anos de destruição de direitos, ataques à democracia e tentativas de enfraquecimento do movimento sindical.
Somado a esses fatores, o 14º Congresso Nacional da CUT vem com o objetivo de traçar a estratégia a ser adotada nos próximos anos para representar todo o conjunto da classe - trabalhadores formais e informais.
A presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, e o secretário de Finanças, José dos Santos Brito, estão participando do evento.
Destaque da abertura do 14º CONCUT e que simboliza o papel da CUT para os trabalhadores, o de representar e organizar todas as categorias, uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que saúda a Central pelo seu Congresso foi lida pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que também foi presidente da CUT.
Na carta, Lula que não pode comparecer por conta da recuperação de uma cirurgia, defendeu um sindicato forte e o protagonismo trabalhista no debate sobre transição climática.
O texto foi entregue por um motoboy para simbobilizar e demosntrar que a maior central sindical do país está conectada às novas necessidades da classe trabalhadora.
Na mensagem, o presidente abordou todos os temas tratados durante as mesas que antecederam a abertura oficial do encontro e destacou que após seis anos seguidos de ataques à CLT e ao direito à organização sindical, o terceiro mandato do presidente retoma discussões sobre antigos desafios, como a melhoria da organização de base da classe trabalhadora e condições de salário, vida e trabalho. Mas também novos, como a digitalização da economia que podem varrer milhares de vagas de emprego e precarizar ainda mais as relações trabalhistas.
Anfitrião do Congresso, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, agradeceu o apoio que a direção da entidade teve, em especial nos últimos quatro anos. “Neste período sofremos muitos ataques, além de dois anos impossibilitados de nos reunir, por causa da pandemia”, lembrou. “Se nós chegamos até aqui, e vitoriosos, foi muito pela solidariedade e compromisso de cada organização nossa, dos sindicatos, federações, confederações, as estaduais que nos ajudaram com todo o apoio, seja financeiro, seja na política”, pontuou.
Nobre observou ainda que, foram as entidades sindicais, aliadas aos movimentos sociais, que ajudou a garantir a vitória do terceiro mandato do presidente Lula e que essa união precisa prosseguir para que a luta dos trabalhadores obtenha avanços.
"Nossa unidade em defesa dos direitos, porque os ataques foram grandes, foi fundamental para derrotar a famigerada PEC 32, para derrotar a MP 1045, pra conquistar o auxílio emergencial de 600 reais pra proteger os trabalhadores na pandemia, pra retomar a política de valorização do salário mínimo e pra dar sustentação no Congresso, onde o centrão trabalha contra a nossa pauta", complementou.
Antes de ler a carta enviada por Lula, o ministro Luiz Marinho falou sobre a meta de gerar 2 milhões de empregos até o final do ano e disse que a expectativa é de apresentar o resultado das discussões sobre negociações e contratos coletivos de trabalho até o final de novembro para retomar direitos e fortalecer a organização sindical.
“Direito coletivo se resolve coletivamente e não com cartinha individual e patrão mandando fazer fila no sindicato para não pagar o sindicato”, criticou.
Ainda sobre os avanços nas relações trabalhistas, o ministro apontou também que a regulamentação dos trabalhadores e trabalhadoras por aplicativo que atuam com transporte de pessoas já está fechado e deve ser anunciada em 15 dias. Mas que ainda não há acordo sobre o transporte de mercadoria por intransigência das empresas.
“Não houve acordo porque empresas afirmaram que não dá pagar. Porque o modelo de negócio não para de pé. Qual o modelo e negocóio? Da exploração, do trabalho análogo à escravidão, porque muitos precisam trabalhar 16, 18 horas para sobrar algo. Quando tivemos tudo definido, vamos montar projeto de lei e submeter tanto de transporte de mercadoria quanto pessoas ao Congresso e por isso precisamos de apoio classe trabalhadora e todo mundo para discutir isso”, alertou.
Além disso, falou Marinho, a regulamentação do direito à negociação no serviço público, por meio da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), também está prestes a ser anunciada pelo governo. A Convenção 151 trata do direito à liberdade sindical e o de realizar convenções coletivas.
A programação do CONCUT segue até o próximo domingo (22), quando será eleita a nova Direção Executiva Nacional que comandará a Central pelos próximos quatro anos.
Por: CUT
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/14o-concut-reafirma-compromisso-do-movimento-sindical-com-trabalhadores/