25 de Maio de 2023 às 05:00
64 anos de luta
Nesta quinta-feira, dia 25 de maio, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região completa 64 anos de história. Como uma das entidades mais antigas e atuantes de Mato Grosso do Sul, o sindicato acumula muitas lutas e conquistas em prol da categoria bancária.
A história do sindicato começou, no ano de 1959, com a fundação da Associação Profissional dos Empregados Bancários de Campo Grande. Quatro anos mais tarde, a associação tornou-se o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região.
É o sindicato que defende os direitos e interesses da categoria bancária e de toda a classe trabalhadora. O trabalho realizado pelo SEEBCG-MS beneficia mais de 2.000 bancários e bancárias que atuam na capital e mais 27 municípios do Estado.
Direitos básicos como PLR, vale-alimentação, auxílio-creche, licença-maternidade de seis meses, jornada de seis horas, reajustes acima da inflação e descanso aos sábados foram conquistados graças às lutas, greves e mobilizações. Além de suas ações em defesa dos trabalhadores do ramo financeiro, o sindicato também tem desempenhado um papel importante na política do nosso estado e do país.
Para a presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, a celebração dos 64 anos é um momento importante para a categoria bancária celebrar essas e outras conquistas.
Além da defesa dos direitos, os bancários filiados ao sindicato têm diversos benefícios e serviços, como assessoria jurídica, clube de campo, atividades culturais, educacionais e esportivas, convênios com descontos exclusivos em diversas empresas.
Buscando garantir condições de trabalho seguras e saudáveis aos bancários e bancárias, o SEEBCG-MS tem se reinventado a cada ano e está sempre atento às necessidades da categoria.
Com um novo estatuto, o sindicato realizou a regulamentação das assembleias híbridas e online e a criação de três novas secretarias: Secretaria de Mulheres, Secretaria do Ramo Financeiro e Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho.
A implantação da Secretaria de Mulheres no sindicato garante que as trabalhadoras tenham uma representação adequada na tomada de decisões e negociações coletivas, além de atuar no combate à discriminação de gênero no ambiente de trabalho.
A criação da Secretaria de Saúde e Condições de Trabalho também atende a uma demanda da categoria por atendimento específico nas questões relacionadas à saúde, em razão dos altos índices de LER/Dort e do aumento do número de trabalhadores que sofrem de distúrbios psicológicos. Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (Smartlab), a categoria bancária representa 24% dos afastamentos por doenças mentais e comportamentais no Brasil.
O sindicato também tem um papel importante na luta pela justiça social e igualdade, atuando no combate às desigualdades e na promoção da inclusão e diversidade no ambiente de trabalho.
Entender e valorizar as conquistas do passado é uma forma de manter a categoria unida e forte para enfrentar os desafios do futuro e garantir avanços. Por isso, confira algumas das conquistas após a assinatura, em 1992, da Convenção Coletiva de Trabalho, que garantiu à categoria os mesmos salários e os mesmos direitos em todo o território nacional:
1992 – CCT Unificada. Assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho válida para todo o país;
1994 – Conquista do vale-alimentação;
1995 – Bancários são a primeira categoria a conquistar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em Convenção Coletiva de Trabalho;
1997 – Luta conquista a complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidentes e a verba de requalificação profissional na demissão;
2000 – Inclusão na CCT da cláusula sobre igualdade de oportunidades;
2003 – Primeira campanha salarial unificada da categoria bancária com a inclusão dos bancários do BB e da Caixa. Após greve, trabalhadores dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados;
2004 – Conquista, com a greve de 30 dias, de aumento acima da inflação, o que se repetiu por 12 anos seguidos;
2006 – Pela primeira vez, BB e Caixa assinam a Convenção Coletiva de Trabalho com os demais bancos. Implantação de grupo de trabalho para debater assédio moral;
2007 – Conquista da 13ª cesta-alimentação e do valor adicional à Participação nos Lucros e Resultados;
2009 – Licença-maternidade de 180 dias. Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional. Extensão de direitos aos casais homoafetivos;
2010 – Instrumento de combate ao assédio moral e a valorização do piso salarial. Na segurança ficou assegurado: a obrigatoriedade do registro de BO, a divulgação de estatística semestral do setor, a garantia de transferência do bancário de agência em caso de sequestro e atendimento psicológico no pós-assalto;
2011 – Valorização do piso salarial e da PLR. Proibição da publicação do ranking de performance no cumprimento de metas, usado para pressionar e assediar os trabalhadores. Na segurança, ficou proibido o transporte de valores por bancários;
2012 – Afastados por problemas de saúde, que ficam sem o salário e sem o benefício do INSS enquanto aguardam perícia ou devido à alta programada, passam a ter sua remuneração mantida. Conquista do segundo Censo da Diversidade (o primeiro foi realizado em 2008) com o objetivo de averiguar as condições de mulheres, negros e PCDs nas empresas. Os dados foram colhidos e divulgados em 2014;
2013 – Conquista do abono-assiduidade, que garante o direito a folgar um dia durante o ano. O combate ao assédio moral é ampliado com a proibição de envio de mensagens aos celulares dos funcionários para a cobrança de metas. Foi conquistada a não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados por doença ocupacional;
2014 – Aumento real para os salários; bancos passam a custear exames de CPA-10 e CPA-20 exigidos pelas instituições financeiras, se o bancário for aprovado. Mulheres que forem demitidas e engravidarem durante o aviso prévio proporcional serão readmitidas. Cláusula específica para combater as metas abusivas;
2015 – Mais um ano consecutivo de aumento salarial acima da inflação, além de reajuste ainda maior para vales refeição, alimentação e 13ª cesta. Combate ao assédio moral e às metas abusivas segue com a conquista de uma nova cláusula que trata de ajustes na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento;
2016/2017 – Pela primeira vez, os bancários fecharam acordo válido por dois anos, que se mostrou extremamente importante diante da aprovação da reforma trabalhista, que acabou com a validade dos acordos coletivos até sua renovação. Em 2017, a proposta garantiu 1% de aumento real para os salários e nas demais verbas. Todos os direitos foram garantidos;
2018/2019 – Mesmo em conjuntura adversa resultante da reforma trabalhista, a categoria bancária, organizada em seus sindicatos, conseguiu fechar um acordo de dois anos que manteve todos os direitos da CCT e ainda conquistou reajuste de 5% sobre salários e demais verbas (como PLR, VA e VR) – com aumento real de 1,31% em 2018 – e garantia de 1% de aumento real em 1º de setembro deste ano. Além disso, avançou em novas conquistas, como o parcelamento do adiantamento das férias e a realização de novo censo da diversidade, para avançar na promoção da igualdade de oportunidades nos bancos para mulheres, negros e PCDs;
2020/2021 – Em 2020, a categoria conquistou reajuste salarial de 1,5%, mais um abono de R$ 2 mil. Verbas como vale-refeição, vale-alimentação, auxílio 13ª cesta alimentação, auxílio-creche, auxílio-babá e outros foram corrigidos pela inflação (INPC). Na PLR, os valores foram corrigidos pela variação da inflação pelo INPC. Em 2021, teve reajuste integral da inflação (INPC) e ganho real de 0,5%, tanto nos salários, quanto na PLR e demais direitos econômicos estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
2022/2023 – A categoria bancária precisou se mobilizar nas ruas e nas redes sociais para enfrentar a intransigência dos bancos, que insistiam em retirar direitos. Após dois meses de negociação, a categoria conquistou reajuste de 8% (INPC) nos salários em 2022, e aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) em 2023; reajuste de 10% no vale-alimentação, além de um adicional de R$ 1.000,00 em 2022, e aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) em 2023. Na PLR, foi mantida a regra básica e os valores fixos foram corrigidos pelo INPC, com reajuste diferenciado de 13% no teto da parcela adicional; e reajuste de todos os valores fixos e tetos pelo INPC + 0,5% de aumento real em 2023. A nova Convenção ainda trouxe avanços com as cláusulas sobre teletrabalho e também sobre assédio sexual e assédio moral.
Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS
Fotos/Arquivo: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/64-anos-do-seebcg-ms-celebrar-as-conquistas-e-lutar-por-avancos/