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Empresários e, principalmente, banqueiros se assanharam com a possibilidade de crescimento da inflação. Tem até jornalista da Globo News (Míriam Leitão) que lançou livro contando a história da inflação no Brasil. O alarmismo propagado pela mídia é, na verdade, estimulado por quem ganha com o aumento dos juros: os bancos. Por sinal, os banqueiros elevaram as tarifas em até 124% nos últimos três anos. As receitas dos bancos com tarifas subiram 30% acima da inflação no período, segundo dados do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec). Os índices econômicos dos últimos meses revelam muito mais variações sazonais e tendências mundiais. Mas patrões de todos os setores logo levantaram a voz para dizer que o aumento real de salários este ano  seria “uma ameaça à estabilidade monetária”.

A reação dos trabalhadores
Balela. Trouxeram de volta o velho e ultrapassado discurso dos tempos em que havia os chamados gatilhos salariais da era Sarney. Mas o Brasil mudou. Venceu o dragão da inflação e o trabalhador conquistou, a partir de 2004, aumento real de salários.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e suas entidades filiadas, inclusive a Contraf-CUT, reagiram. Trataram de sepultar a sugestão patronal para que trabalhadores aceitem acordos a partir de uma previsão inflacionária para 2012 e esqueçam as perdas deste ano. “Não abrimos mão do aumento real de salários, uma conquista da categoria a partir do governo Lula”,  avisa o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) também rechaça a suposta relação direta entre salário e inflação neste momento. Os especialistas consideram que alimentos, commodities, aquecimento da demanda, oligopólios, tarifas públicas, inflação mundial e as próprias expectativas criadas no mercado explicam melhor a inflação do período. No mais é exacerbação e alarmismo de quem vive de especulação, gosta de explorar o trabalhador e torce contra um Brasil que cresce com distribuição de renda e justiça social.

Fonte: SEEB RJ