28 de Julho de 2008 às 11:05

Bancários definem metas da Campanha Nacional

Bancários decidiram lutar por reajuste de 13,23% em 2008

A 10ª Conferência Nacional dos Bancários foi encerrada neste domingo, 27, com a aprovação da estratégia da campanha e da pauta de reivindicações da campanha salarial de 2008, que tem como eixos aumento real de salário a partir de índice de reajuste de 13,23%, elevação e simplificação da PLR, fim do assédio moral e das metas abusivas, valorização dos pisos, PCS para todos, mais segurança nas agências e criação de planos de previdência complementar para toda a categoria.
 
Nestas segunda e terça-feira, serão realizados os congressos nacionais dos bancos, para discutir e aprovar as reivindicações específicas de cada empresa, que serão negociadas simultaneamente com a Campanha Nacional dos Bancários.
 
“Depois de três dias de intensas discussões, com a participação de 830 delegados de todo o País, conseguimos construir uma proposta de unidade que contempla os anseios de toda a categoria”, diz Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). “Demos um passo importante para a construção de uma campanha vitoriosa”.
 
As principais reivindicações aprovadas pelos 830 delegados presentes à 10ª Conferência Nacional são as seguintes:
 
• Manter a estratégia de conquista de aumento real dos últimos quatro anos, reivindicando 13,23% de reajuste (inflação mais 5% de aumento real).
 
• Plano de Cargos e Salários para todos os bancários de todos os bancos, prevendo 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos.
 
– Os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias, pagando o novo salário durante o período de treinamento. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.
 
• Fim das metas abusivas:
– As metas serão definidas pela agência/departamento com a participação de todos os trabalhadores, levando em consideração também a abordagem ao cliente e o tempo para sua execução.
– As metas serão obrigatoriamente coletivas.
– A constituição das metas deverá levar em consideração a região, o porte da agência, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local.
– As metas serão regressivas proporcionalmente ao seu cumprimento.
– As metas estabelecidas coletivamente serão adequadas no caso de afastamento, licença, ausência, férias de funcionários, etc.
– As metas não serão aplicadas aos caixas.
– Ficam proibidas quaisquer tipos de comparação dos resultados obtidos, elaboração de rankings ou classificação por desempenho individual, da agência ou por região.
 
• Pisos salariais:
– Aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25% em 2009 e outros 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.
– Contratação da remuneração total
– Distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
 
• Aumento da PLR:
– Os objetivos são elevar o valor da PLR e simplificar os critérios de distribuição: três salários mais R$ 3.500 para todos, sem limitador e sem teto.
 
• Aumentar o valor do Vale-refeição para R$ 17,00, de forma a compensar a inflação dos alimentos dos últimos 12 meses.
 
• Cesta-alimentação de R$ 415,00, o mesmo valor do salário mínimo. Além disso, os bancários reivindicarão a 13ª cesta-alimentação conquistada no ano passado.
 
• Auxílio-Creche no mesmo valor do salário-mínimo (R$ 415), com ampliação da idade para 8 anos e 11 meses e comprovação anual dos gastos.
 
Novas conquistas:
 
1) Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada;
 
2) Ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes;
 
3) Instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias, já no auto-atendimento; pagamento de adicional de risco de vida no valor de 40% do salário para funcionários de agências e PABs;
 
Eixos políticos:
1) Defesa dos bancos públicos.
2) Ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola.
3) Redução da taxa de juros.
4) Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal (que estabelece o papel do sistema financeiro no País).
 

José Luiz Frare, da Contraf/CUT, e Elisângela Cordeiro, do Seeb/São Paulo
 

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