25 de Março de 2008 às 10:03
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A crise financeira internacional e a política econômica nacional colocaram os bancos brasileiros pela primeira vez nas primeiras colocações do ranking de maiores lucros do sistema financeiro internacional. Levantamento da consultoria Economática mostra que Bradesco e Itaú só lucraram menos do que os americanos Goldman Sachs, JPMorgan e Wells Fargo no quarto trimestre do ano passado nas Américas. O Banco do Brasil aparece em nono lugar na lista, enquato o Unibanco ocupa a 12ª posição.
O principal motivo da escalada no ranking foi a crise no mercado imobiliário norte-americanos, que forçou instituições daquele país a assumirem pesadas perdas contábeis. Enquanto isso, os brasileiros foram protegidos por uma política econômica que permitiu ao País até agora se descolar da crise internacional, assim como outros emergentes, e que lhes garante uma série de recordes de lucratividade que se mantém há anos.
No governo Lula, incentivos à bancarização e a popularização do crédito criaram um novo e enorme mercado para os bancos. Isso se somou aos juros ainda altos, elevando os ganhos do setor financeiro. “Essa política econômica faz com que os banco vivam no paraíso da lucratividade”, destaca Vagner Freitas, presidente da Contraf/CUT.
“Enquanto isso, demitem trabalhadores e exploram os que ficam ao máximo, não dão condições adequadas de trabalho, não respeitam seus clientes e não investem em crédito para o setor produtivo. Que tipo de contribuição estão dando ao desenvolvimento do país como contrapartida desses resultados tão positivos?”, questiona Freitas.
Para ele, essa pesquisa é mais um sinal para o governo brasileiro de que ele precisa criar políticas que façam com que os banqueiros participem efetivamente do desenvolvimento do País. “Porque não criar uma contribuição sobre os lucros dos bancos que ajude a financiar as obras do PAC, a saúde, a educação ou a inclusão social? É preciso criar um processo em que parte dos ganhos dos bancos se reverta em benefícios para a sociedade brasileira como um todo”, defende.
Contraf/CUT