13 de Novembro de 2023 às 09:49
Emprego
Foto: Freepik
Pelo décimo segundo mês consecutivo, o setor bancário eliminou postos de trabalho. Em setembro, foram eliminadas 196 vagas. No ano, o saldo negativo de postos de trabalho é de 5.602. Já no acumulado de 12 meses, esse número chega a 6.163 postos de trabalho a menos.
O Estado de São Paulo foi responsável por 56,7% do saldo negativo do emprego bancário, com corte de 3.177 postos de trabalho em 12 meses.
Os bancos múltiplos com carteira comercial – maior parte dos bancos privados – são responsáveis pela maioria do fechamento de vagas (saldo negativo de 406 vagas no mês, 5.903 no ano e 6.235 em 12 meses). Assim, a abertura de empregos criados pela Caixa - saldo positivo de 179 vagas no mês, 722 vagas no ano e 1.006 vagas em 12 meses – não foi suficiente para reverter o saldo negativo no setor bancário.
Os dados são de levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“Mesmo com lucro astronômico, o setor bancário segue eliminando posto de trabalho. Com isso, os trabalhadores que permanecem no setor estão cada vez mais sobrecarregados, submetidos a uma pressão absurda por metas abusivas, o que leva ao adoecimento da categoria, sobretudo por questões relacionadas à saúde mental”, diz Ana Marta Lima, secretária de Estudos Sócio-Econômicos do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.
O salário mensal médio do bancário admitido em agosto alcançou o valor de R$ 5.701,19, enquanto o do desligado foi de R$ 7.507,78. Isto é, o salário médio do admitido correspondeu a apenas 72,94% do desligado.
“A rotatividade do emprego, com redução de salário, é uma das formas dos bancos reduzirem custos e maximizarem seus lucros. Por outro lado, isso leva a uma redução da renda do trabalhador bancário e ainda mais sobrecarga de trabalho”, afirma Ana Marta.
No Ramo Financeiro, excluindo a categoria bancária, verifica-se saldo positivo em setembro, com a abertura de 2.151 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, foram criados 14,9 mil postos de trabalho, uma média de criação de 1,3 mil postos de trabalho por mês.
Em 2023, na contramão do saldo geral, foram abertos 1.100 postos de trabalho na população negra nos bancos, sendo 861 vagas para pessoas pardas e 239 para pessoas pretas.
“A negociação coletiva é um instrumento efetivo para o combate ao racismo estrutural no mercado de trabalho. Temos, desde 2001, uma mesa permanente de negociação com o tema da Igualdade de Oportunidades, na qual é debatida a questão racial nos bancos. A ampliação da contratação de negros e negras é uma reivindicação histórica do Sindicato. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas esta ampliação no número de contratações mostra que estamos no caminho certo nesta luta”, avalia a secretária de Estudos Sócio-Econômicos do Sindicato.
O emprego celetista no Brasil apresentou expansão em setembro de 2023, registrando saldo positivo de 211.764 postos de trabalho. Esse resultado decorreu de 1.917.057 admissões e de 1.705.293 desligamentos, menor registro do ano. Os saldos foram positivos em todos os Grandes Grupamentos de Atividades Econômicas: Serviços (+98.206 postos); Comércio (+43.465 postos); Indústria (+43.214 postos); Construção (+20.941 postos); e Agropecuária (+5.942 postos).
“O setor bancário, no entanto, segue em movimento contrário da tendência de geração de empregos. Cobramos dos bancos, que operam como concessões públicas, que tenham a devida responsabilidade social e parem de cortar postos de trabalho, respeitando os bancários que constroem, dia após dia, seus excelentes resultados”, conclui a diretora executiva do Sindicato.
Fonte: SP Bancários
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/bancos-eliminam-5602-postos-de-trabalho-nos-9-primeiros-meses-do-ano/