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Várias agências bancárias de Campo Grande não abriram nesta quinta-feira devido à greve dos seguranças de empresas privadas que prestam serviços às instituições. Isso porque, por Lei, os bancos não podem funcionar sem condições de segurança.

Uma das agências que permanece fechada é a do Banco do Brasil da Avenida Afonso Pena, uma das mais movimentadas de Campo Grande. A Caixa Econômica Federal também informou que suas agências ficarão fechadas.

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários, Iaci Azamor, afirma que há agências do HSBC e Itaú “que abriram em total situação de insegurança”, por isso a Polícia Federal foi acionada para inspecioná-las. A PF informou que vai percorrer as agências e recomendar que as que não têm segurança sejam fechadas.

As agências do Bradesco, onde a empresa Cifra faz segurança, estão todas funcionando. Nestas agências, os seguranças estão trabalhando normalmente.

Irritação – Pegos de surpresa, os clientes dos bancos receberam com irritação a notícia de que as agências não abririam. Thais Monique Mendes contou que veio do distrito de Indubrasil para abrir uma conta salário, porque acabou de ser empregada. “E agora como faço”, questionou, indignada.

A aposentada Carbia Cintra, 74 anos, também corre contra o tempo. Ela contou que precisa pegar empréstimo para pagar uma dívida e esse pagamento só pode ser feito até amanhã. Ela criticou os grevistas, que pedem reajuste de 18%: “há dez anos meu salário não aumenta” e também destacou que as agências deveriam ter pensando em um plano B para não deixar os clientes sem atendimento, já que sabiam que hoje seria deflagrada a greve.

Os grevistas concentraram os piquetes nos três principais bancos da área central, Banco do Brasil da Afonso Pena, Banco do Brasil da 13 de maio, no cruzamento com a rua Dom Aquino e a Caixa Econômica da rua 13 de maio com a Marechal Rondon. A intenção é impedir que funcionários que não aderiram “furem” a greve.

Lei Federal – A Lei que prevê o funcionamento das instituições financeiras somente com segurança é a de nº 7.102 de 1983, alterada em março de 1995. pela Lei nº 9.017.

Em seu artigo primeiro versa: "É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo Ministério da Justiça, na forma desta lei".

O sindicato das empresas de segurança enviou um ofício ao governo informando da greve e que a questão se tornou de segurança pública. Porém, não está confirmado se a PM vai intervir.

Há informações de que as rondas seriam intensificadas, mas não é competência do Estado atuar dentro dos estabelecimentos. Hoje o sindicato patronal vai se reunir para discutir a greve, segundo informou o presidente da entidade Francisco Assis de Moura.

Fonte: Campo Grande News 16/04/09