29 de Setembro de 2020 às 08:17

Bancos não têm justificativa para descumprir acordo e demitir trabalhadores

Desemprego

Marcello Casal/Agência Brasil

Mesmo com a crise econômica agravada pela pandemia do novo coronavírus, com falência de lojas comerciais e indústrias, o sistema financeiro continua a ser o setor mais lucrativo no Brasil. As cinco maiores instituições financeiras do país (Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil), que somado à Caixa Econômica Federal controlam mais de 80% das operações financeiras, num verdadeiro cartel, lucraram R$12,1 bilhões no segundo trimestre de 2020, em plena crise da pandemia. A estratégia dos bancos de transferir a maior parte dos ganhos para as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs) reduziu os números oficiais dos ganhos do setor.

A campanha nacional da categoria nas redes sociais atinge a imagem dos bancos, que repercute no patrimônio da empresa e preocupa grandes acionistas. Por isso é fundamental que todos os bancários participem da campanha nas redes sociais, podendo inclusive usar novos perfis e pedir ajuda a amigos e familiares. Seja solidário a quem perdeu seu emprego. Lutar por quem foi demitido hoje é garantir o seu emprego amanhã. Participe.

Itaú: compromisso social somente na propaganda

O Itaú lucrou R$ 28 bilhões em 2019 e R$8 bilhões no primeiro semestre deste ano. Gasta uma fortuna em publicidade para divulgar na grande mídia uma campanha a fim de mostrar um lado humano na pandemia que só existe na fantasia marqueteira. Na vida real, o banco pressiona, assedia e demite bancários. Após a direção do banco negar o pedido do movimento sindical de suspender as dezenas de dispensas, os bancários iniciaram uma campanha nacional no último dia 23 de setembro que vai continuar nas redes sociais. 

Bradesco: fechamento de 400 agências e departamentos

O movimento sindical tem recebido várias denúncias de demissões no banco. Os sindicalistas denunciam que as dispensas fazem parte do processo anunciado na grande imprensa pelo presidente da instituição, Octavio de Lazari Júnior, da extinção de mais de 400 agências e departamentos em todo o país. A COE (Comissão de Organização dos Empregados) e os sindicatos defendem a suspensão das dispensas.

Santander: Brasil dá mais lucro, mas sofre com demissões

O grupo espanhol é o campeão de demissões no Brasil: cerca de 900 trabalhadores perderam o emprego em plena pandemia, mesmo o trabalho dos funcionários brasileiros representando cerca de 30% dos lucros mundiais. A campanha dos sindicatos teve projeções em prédios, outdoors, tuitaços e atos públicos. No Dia Nacional de Luta (24), no Rio de Janeiro, houve a paralisação no prédio administrativo do Santander na esquina das avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, e nas agências Rio Branco e Select, além de protesto em frente à agência Work Café, na Rio Branco. 

Mercantil e Safra: demissões, assédio e pressão

A campanha nacional contra as demissões no Banco Mercantil do Brasil foi lançada na sexta-feira, dia 25 de setembro. O banco anunciou o fechamento das plataformas de serviços em Salvador, Brasília e Recife, resultando em 18 demissões. Dispensas foram realizadas em outros municípios, inclusive no Rio de Janeiro. Na segunda-feira (28) teve um tuitaço denunciando o banco com a hashtag #MercantilSemCompromisso. A campanha vai continuar.

O Safra, banco do homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em R$ 119 bilhões, segundo a revista Forbes, também vem demitindo em todo o país, durante a pandemia. Como em todas as demais instituições financeiras, além de dispensar trabalhadores, o banco assedia e cobra metas abusivas dos funcionários, mesmo que na crise sanitária e econômica.

Fonte: SEEB/Rio de Janeiro

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