25 de Abril de 2008 às 12:00
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Representantes do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto br) e da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) devem se reunir na semana que vem para discutir a adoção do domínio “b.br” por parte de instituições bancárias. O principal objetivo é melhorar a segurança do usuário no acesso a esses sites.
Os últimos dados da Febraban, referentes a 2006, indicam que 27,3 milhões de pessoas utilizam sistemas de “home banking” no Brasil. Naquele ano, das 37 bilhões de transações bancárias realizadas no país, 6,2 bilhões foram feitas por internet, incluindo pessoas físicas e jurídicas.
A medida tem o objetivo de preservar os internautas de práticas maliciosas como o “phishing” (furto de dados pessoais pela web). Com a mudança de domínio, ficaria mais difícil a concretização do golpe em que piratas virtuais desenvolvem sites semelhantes aos originais e levam os internautas a deixarem ali informações como senhas.
De acordo com Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br, ao digitar o endereço de um site, o internauta pode ter seu caminho “desviado” por criminosos e levado para esse tipo de site malicioso.
É esse tipo de prática que a adoção do “b.br” deve coibir: o domínio terá um novo sistema de identificação de sites chamado DNSSEC, que valida e reconhece a autenticidade da página antes que o internauta tenha acesso a ele.
“A maioria dos bancos já têm sistemas muito seguros. Queremos resolver um problema de segurança das estradas, não das casas: garantir a segurança do usuário até que ele chegue ao site”, afirma Getschko. O sistema já é utilizado no domínio “jus.br”, usado por instituições vinculadas ao poder Judiciário.
Controle – Na realidade, o “b.br” já foi catalogado pelo NIC.br, mas nenhum banco foi autorizado a usar o domínio por enquanto. Isso porque, caso o acordo seja fechado, será a Febraban a responsável por estabelecer quem terá direito a usá-lo. No caso do “jus.br” esse papel é do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Na reunião da próxima semana, ainda sem data definida, a entidade de internet espera avançar nas negociações para a adoção do sistema.
De acordo com Getschko, a mudança pode ser feita de maneira rápida. Mas ele reconhece que os bancos podem ficar receosos em razão de dificuldades, por exemplo, com campanhas de marketing. “Os bancos podem manter os dois domínios e avisar os internautas: você pode acessar pelo 'b.br', que é mais seguro, ou pelo '.com.br', que é menos garantido”, diz.
O novo sistema para DNSSEC pode ser oferecido para outros setores, desde que uma entidade se comprometa a ajudar no controle do domínio, como é o caso do CNJ e, possivelmente, da Febraban.
O NIC.br é o braço executivo do CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil), responsável por implementar suas decisões, e coordena o registro de nomes de domínio no país.
Felipe Maia, da Folha Online