4 de Junho de 2012 às 16:59

BRB frustra bancários em negociação sobre PCCR

Na última rodada de negociação com o Sindicato dos Bancários de Brasília sobre o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), ocorrida na sexta-feira 1º, os/as funcionários/as do Banco de Brasília (BRB) se viram frustrados. O banco, em uma clara demonstração de desrespeito e desprezo para com os bancários, em que pese tudo de positivo apresentado até agora, não avançou em pontos cruciais para os funcionários. Essa atitude do banco diminui tudo o que já foi até aqui discutido, reduzindo a importância de toda a negociação ocorrida.

 

Abaixo segue uma avaliação dos pontos pendentes discutidos na reunião.


A reivindicação de retomada da proposta original de piso para os analistas de Tecnologia da Informação (TI) foi recusada, e a estes o banco desfiou um “rosário” de boas intenções que apenas demonstram um  descompromisso. O banco chegou a afirmar que futuramente os analistas de TI perceberão como foi acertado o rebaixamento da proposta. A propósito, questiona o Sindicato, será que o diretor Américo Rodrigues, a quem coube propor esse rebaixamento, desconsiderando a proposta anterior informada pelo ex- diretor Fabiano Côrtes, se conformaria e consideraria “legal” se o presidente do banco, após convidá-lo para o cargo, e ainda após sua posse, dissesse  que a remuneração agora seria 32% menor?
 


Sobre a informática, único dado positivo é a disposição do banco de realizar novo concurso para o setor.
 

Abono  

O banco apresentou a proposta de distribuição de um valor de aproximadamente R$ 7,2 milhões líquidos (R$ 10 milhões brutos – é obrigatório o pagamento de tributos), de forma escalonada, o que daria um valor bruto de R$ 2.100,00, como piso para os escriturários. De pronto o Sindicato recusou e defendeu a reivindicação de distribuição linear. Considerou ainda insuficiente o valor destinado, muito abaixo do merecido pelos funcionários, uma vez que esse abono é para suprir a excessiva demora na implantação do PCCR e ainda como indenização pelo atingimento das metas referentes ao segundo semestre de 2011. Após intensas discussões, o banco concordou em pagar de forma linear, o que dará um valor de R$ 2.800,00 brutos, porém não se pronunciou sobre a elevação do valor.
 

O Sindicato reivindicou ainda o pagamento imediato do abono. O banco recusou, afirmando que o pagamento só será feito mediante assinatura de acordo sobre o PCCR.


Data de implantação do PCCR
 
O banco não apresentou data. Disse que pretende implantá-lo em 1º de julho, porém não quis assumir compromisso, alegando a necessidade de aval do Conselho de Administração (Consad) para isso.


O Sindicato considera uma postura “medrosa” do BRB, pois a decisão do Consad, pelo que foi comunicado pelo banco sobre a mesma quando da aprovação do plano, em nada impediria o banco de assumir esse compromisso.  O que se depreende disso, e acaba alimentando a desconfiança entre os funcionários, é que o banco pretende postergar a implantação do PCCR para o momento da data-base, embolando a campanha salarial.
 

Na negociação o Sindicato reivindicou mais uma vez o enquadramento dos auxiliares-administrativos como analistas juniores, evitando assim seu descomissionamento e consequente perda de remuneração ao final dos 18 meses de indenização, conforme já aceito pelo banco. Este mais uma vez recusou. Apenas reiterou que os auxiliares terão benefícios nos processos seletivos futuros para ocupação de funções comissionadas, especialmente na direção geral.



Ao final da negociação o Sindicato voltou a pressionar o banco quanto à definição da data de implantação, porém o banco, intransigentemente, não assumiu. Essa atitude coloca um impasse: o banco disse que o PCCR só será implantado com a aprovação em assembleia e assinatura de acordo, porém, uma informação crucial, a data de implantação não existe. Diante disso, o Sindicato afirmou que não realizará assembleia sem essa definição.
 

Diante do impasse, o banco disse que nesta terça feira 5 poderá ter a confirmação dessa data.


Estavam presentes na negociação, pelo banco, os diretores Alair Vargas (Diat)  e Jorge Alves (Dipes), e pelo Sindicato os diretores André Nepomuceno, Eustáquio Ribeiro e Cristiano Severo, e ainda o diretor da Federação Centro-Norte e do Sintraf-Ride, Rodrigo Camilo, também funcionário do BRB.
 
 

O Consad e em especial a diretoria do banco estão fazendo pouco caso da paciência dos funcionários. Essa discussão se arrasta há quase dois anos sem definição. Os funcionários chegaram ao seu limite, e agora cabe ao banco demonstrar efetivamente que os valoriza, ou se somente possui discurso oco.

 
Falta de responsabilidade 

O Sindicato cobra responsabilidade da direção do banco, e que esse assuma 1º de julho como data da implantação do PCCR. É triste, mas o primeiro ato importante do ex-presidente do Sindicato dos Bancários na presidência do BRB, Jacques Pena,  relativo ao conjunto dos funcionários, é extremamente decepcionante.  
 

Nesta terça-feira 5, embora ainda não tenhamos o compromisso da data de implantação do plano, o Sindicato realizará uma reunião com os delegados sindicais e também com os grupos que representam os funcionários que terão redução de jornada e também os analistas de TI para discutirmos a proposta. A reunião será na sede do Sindicato (EQS 314/315 – Asa Sul, Brasília), às 19h.

 
Quanto à assembleia, o Sindicato reitera sua disposição de levar esse assunto para apreciação, embora saiba que a implantação de um plano de carreira pode se dar por ato administrativo. Porém, sem o compromisso de data de implantação, essa assembleia não será realizada.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Brasília

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