21 de Dezembro de 2011 às 16:12
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Participaram dirigentes sindicais de RO, MS e SP
A Contraf-CUT, em parceria com o Dieese, finalizou o terceiro módulo do curso de formação sindical, voltado principalmente para diretores e diretoras de sindicatos de bancários dos estados da região Sul. Também participaram dirigentes sindicais de RO, MS e SP. O curso "Sindicato, Sociedade e Sistema Financeiro", dividido em três módulos, foi realizado na Escola Sul da CUT, em Florianópolis.
"Este foi o quinto curso de formação da Contraf-CUT e, com ele, abrangemos todas as regiões do país. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, foi o idealizador do resgate e atualização da aprendizagem para dirigentes bancários, que teve um importante papel na formação na época da antiga CNB-CUT", lembra William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT.
O dirigente sindical ressalta o fato de que 100% dos dirigentes sindicais inscritos nesta etapa Sul finalizaram o curso. "Temos a agradecer às entidades que enviaram participantes, pois estão contribuindo para a formação de excelentes dirigentes sindicais, que possuem o desafio de ajudar a intensificar a luta dos trabalhadores do ramo financeiro", avalia William.
"Concretizamos o compromisso de levar o curso para todas as regiões do país", avalia o presidente da Contraf-CUT, que participou do encerramento . "É um momento promissor e esse curso tem formado dirigentes, que já estão contribuindo no fortalecimento do movimento sindical", frisa Cordeiro.
Passo a passo do terceiro módulo
No primeiro dia do terceiro módulo do curso, os participantes avaliaram as mudanças do perfil da categoria bancária na última década em relação aos bancos. Além disso, houve a participação do secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Plínio Pavão, que abordou questões como condições de trabalho, assédio moral e metas abusivas.
No segundo dia, o grupo trabalhou dois temas contemporâneos ligados aos trabalhadores do ramo financeiro. O primeiro deles foi Igualdade de Oportunidades, com a participação da secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Deise Recoaro. A questão de gênero e raça permeou o debate como eixos estruturantes dos padrões de desigualdades no Brasil e dos problemas relativos ao não respeito das diversidades.
"Abordamos ainda a questão da identidade de gênero, das pessoas com deficiência e demais temas que pertencem à CGROS (Comissão de Gênero, Raça, Orientação Sexual e pessoas com deficiência)", relata William.
No mesmo dia, houve o debate sobre Tempo de Trabalho, com a técnica do Dieese, Ana Cláudia. "O grupo discutiu a jornada de trabalho e os problemas inerentes. O tempo de trabalho foi visto sob os eixos Duração do Trabalho, Distribuição do Trabalho e Intensidade do Trabalho. Na questão do aumento da intensidade do trabalho, o aumento do esforço tem se dado de forma física, psíquica e emocional. A causa desse aumento está relacionada às novas formas de organização do trabalho, ou desorganização como têm dito vários teóricos", conta o dirigente sindical.
"Os trabalhadores têm sofrido com as novas tarefas multifuncionais, as metas e a redução da porosidade, ou tempo morto, que havia antes e a cada dia o capital se apropria mais de cada segundo da jornada dos trabalhadores", completa William.
Na quarta-feira, os temas trabalhados foram remuneração dos bancários e o emprego na categoria ao longo da história e na atualidade.
Na quinta-feira, os participantes fizeram estudos sobre a PLR dos bancários. "O grupo aprendeu a calcular a PLR do modelo padrão da Fenaban para os bancos privados, bem como foi exercitado também o cálculo da PLR da Caixa e do BB", relata William. Outra tema debatido foi a terceirização, apresentado pelo secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Miguel Pereira.
Na sexta-feira foi feito um debate sobre os desafios a serem enfrentados pelos trabalhadores e seus sindicatos no próximo período.
Módulos anteriores
O segundo módulo focou questões relativas ao setor financeiro, como moeda, bancos, sistema financeiro internacional, acordos de Basileia, Bretton Woods, Consenso de Washington. Além disso, os participantes estudaram também os planos econômicos no Brasil, Plano Real, Proer e Proes. Também foi debatido pela primeira vez a segurança bancária.
Já o primeiro módulo destacou a história do movimento sindical mundial, brasileiro e contemporâneo, passando principalmente pelo sindicalismo da CUT e dos bancários.
Balanço final
Nos últimos três anos, a Contraf-CUT, em parceria com o Dieese e com o apoio de entidades sindicais, percorreu todas as regiões do país oferecendo o curso de formação aos dirigentes de sindicatos e federações de bancários. A região Sul foi a última etapa desta gestão da confederação. "Com todas as dificuldades de se montar um curso desse porte, com três módulos de cinco dias, conseguimos oferecer o curso para dirigentes de todas as regiões do país, como havíamos nos comprometido", ressalta William.
O dirigente sindical destaca a participação e o interesse dos bancários na formação política. "Ao longo desse tempo, tivemos um aproveitamento excelente. De quase uma centena de participantes, somente três fizeram um módulo e não prosseguiram", salienta William.
"A relação de carinho e irmandade que foi ficando em cada grupo, a cada módulo formativo, nos dá a certeza de que o papel da formação em qualquer movimento social é a chave de tudo. Dificilmente alguém adere a uma ideia, uma utopia, se não houver uma compreensão do mundo, do seu mundo e do papel que cada um tem a desempenhar na luta pela mudança na sociedade em busca de um mundo melhor, mais justo, igualitário e solidário", conclui o dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT