7 de Novembro de 2008 às 13:28
1) Ratificação da Convenção nº 158 da OIT e manutenção do emprego.
2) Redução constitucional da jornada de trabalho e regulamentação da hora-extra.
3) Ampliação das Políticas de geração de emprego no setor privado e no setor público.
4) Programa especial de geração de emprego e renda na agricultura, a partir do fortalecimento da Agricultura familiar, Reforma Agrária e garantia de preços mínimos.
5) Fortalecer os programas de transferência de renda, de valorização das aposentadorias e do salário mínimo e políticas públicas de saúde e educação, garantindo a ampliação de recursos do orçamento público para as áreas sociais (EC29, FUNDEB, Piso Nacional do Magistério, cumprimento dos acordos negociados com os servidores públicos, etc).
6) Reduzir o superávit fiscal, de forma a assegurar o cumprimento das metas do Plano de Aceleração do Crescimento - PAC, em obras de infra-estrutura.
7) Ampliação da capitalização do BNDES e dos recursos para o orçamento corrente da instituição, visando o financiamento dos investimentos e, desta forma, reduzir a taxa de juros de longo prazo - TJLP.
8) Revisão dos limites de endividamento público previstos na lei de responsabilidade fiscal.
c) CREDITO
9) Criar mecanismos, como multas, taxas, punições administrativas etc, que assegurem a concessão de crédito à economia e que os recursos liberados pelo governo federal cheguem á economia real, não sendo utilizados pelos bancos para outros fins.
10) O socorro estatal às instituições financeiras e não-financeiras deve ser associado à contrapartidas: Assegurar que o apoio financeiro estatal concedido às instituições financeiras e não-financeiras que apresentem problemas em função da atual crise internacional tenha, entre outros, os seguintes critérios:
11) Ampliar ações para garantir crédito agrícola para agricultura familiar e imobiliário para combater o déficit habitacional.
12) Estruturação pelo Governo Federal de Plano de Renegociação de Dívidas para pequenas empresas, assalariados e trabalhadores em geral.
13) Redução do impacto da desvalorização do real nos preços dos alimentos e produtos de primeira necessidade, por meio, entre outros, da redução dos impostos internos com a contrapartida da manutenção de preços.
14) Constituição, em caráter emergencial, de Câmaras Setoriais especialmente nos setores mais atingidos pela crise do crédito e retração da atividade econômica, de forma que as iniciativas de apoio do estado representem contrapartidas na área da garantia do emprego e da melhoria das relações de trabalho em cada setor.
15) Ampliação dos direitos dos trabalhadores e retirada dos projetos de flexibilização hoje existentes no Congresso Nacional, como por exemplo o PL 4302/1998, que trata do trabalho temporário e da terceirização.
16) Garantia de cumprimento dos Acordos Coletivos dos servidores públicos.
17) Garantia do cumprimento do Piso Nacional do Magistério.
19) Sistema de Metas de Inflação mais flexível, com a efetiva utilização do intervalo de taxas de inflação admissíveis, sem determinar qual a meta-centro.
20) Estudo da viabilidade da adoção de taxas múltiplas de câmbio, para determinar o valor do dólar de acordo com as prioridades nacionais, de forma que o valor do dólar possa ser mais baixo para os gastos externos de maior prioridade para o país (por exemplo, compra de máquinas e equipamentos não produzidos no Brasil; importação de gêneros de primeira).
21) Regulamentação do artigo nº 192 da Constituição Federal, que trata da regulação e do papel social do Sistema Financeiro.
22) Fortalecimento do papel social dos bancos públicos.
23) Ampliação da participação dos Países em Desenvolvimento e da dimensão social nos organismos internacionais: aumentar a participação dos países em desenvolvimento e fortalecer a dimensão social nos organismos, instituições e espaços internacionais, como o Banco Mundial, o FMI e a OMC. O fortalecimento da dimensão social deve ocorrer por meio, entre outros, da maior participação das representações sindicais nos referidos órgãos e da incorporação dos princípios do trabalho decente entre as regras que regulamentam a produção, o comércio e as finanças.
24) Estruturação de nova ordem financeira internacional, que, entre outros, estabeleça maior controle das operações das instituições financeiras e do fluxo de capitais entre os países, de modo a minimizar os impactos gerados nas economias nacionais.
25) Fortalecimento do Mercosul como forma de reduzir os impactos dos fluxos de saída de capitais externos. Este fortalecimento deve enfatizar os aspectos de complementaridade dos projetos e o desenvolvimento da dimensão social, com o estabelecimento de contrapartidas conforme proposto na carta sócio-laboral.
Isaías Dalle, da CUT
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/cut-trabalhadores-nao-pagarao-pela-crise-financeira/