19 de Julho de 2011 às 10:48
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Cloviomar Cararine fez uma análise macroeconômica e sua repercussão sobre os trabalhadores. O especialista destacou a importância dos ganhos reais conquistados pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos, resultado da política do governo federal de valorizar o salário e a renda do trabalhador e do poder de mobilização dos sindicatos. Ele rebateu a afirmação de empresários de que “reajustes salariais acima da inflação podem comprometer a estabilidade econômica”.
“Aumento real de salário não gera inflação. Quem determina o preço dos produtos é quem produz e vende, ou seja, os empresários, e não quem consome, que são os trabalhadores”, destaca. Ele lembrou que este ano 88,7% das categorias conquistaram aumento real, o maior percentual dos últimos três anos. Cloviomar disse ainda que, segundo cálculos do Dieese, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para setembro, data-base da categoria, será de 7,56%. O presidente do Sindicato do Rio, Almir Aguiar, disse que o aumento real é uma conquista intocável. “Os ganhos reais são fundamentais para a recuperação do poder de compra dos bancários. Não abrimos mão desta conquista”, disse.
Rotativade
Um dos maiores desafios para a categoria bancária, segundo o Dieese, é o de conter a alta rotativade no setor, cujo objetivo é cortar gastos. Os novos trabalhadores contratados pelos bancos ganham, em média, 43% a menos do que os funcionários demitidos. Outra questão importante abordada foi a redução da remuneração fixa na renda total da categoria. Em 2004, esta remuneração representava 56% dos ganhos e a remuneração variável, 7%. Em 2010, a fixa caiu para 55,3% e a variável saltou para 15%. O problema é que esta redução da remuneração fixa repercute negativamente sobre a aposentadoria”, disse Cloviomar.
Fonte: SEEB RJ
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