18 de Julho de 2008 às 10:12
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As informações sobre negociações coletivas registradas na Rede de Apoio à Negociação (RAN) do Dieese demonstram que boa parte das categorias profissionais analisadas conquistou ganhos reais. Os benefícios também foram reajustados em percentuais semelhantes aos negociados para os salários.
Destaca-se a negociação de jornada de trabalho de duas categorias, que conseguiram, ainda que de forma paulatina, reduzir a jornada sem a redução dos salários.
A seguir serão apresentadas as informações inseridas na RAN pelos técnicos ou dirigentes de entidade sócias do Dieese durante os meses de abril, maio e junho. É importante observar que os dados aqui relacionados têm valor indicativo e não podem ser extrapolados para o universo das negociações coletivas.
Negociações na RAN de abril a junho de 2008 – Nos meses de abril a junho de 2008, foram inseridos na RAN 89 registros referentes a 60 unidades de negociação* . Destas, 46 foram finalizadas e 14 ainda estão em andamento. No setor público, concluíram as negociações os professores da rede pública estadual (MG), os funcionários públicos municipais (SC, RS e PE) e estaduais (SC). Ainda estão em negociação os funcionários públicos estaduais (PE).
No setor privado, concluíram as negociações os comerciários (SC), lojistas (RS) trabalhadores do ramo de minérios e derivados de petróleo (GO), trabalhadores nas indústrias de alimentação (SC), de fiação e tecelagem (SC e RJ), metalúrgicas (SC, RS e DF), de plástico (SC, RS), químicas e farmacêuticas (SP), do vestuário (SC), gráficas (RS) de móveis de madeira (SC), de extração de petróleo (nacional), de energia elétrica (BA e nacional), da construção de estradas pavimentação e obras de terraplanagem (BA e PR), professores e auxiliares de administração escolar da rede particular de ensino (SC, RS e PE), trabalhadores em transporte coletivo urbano de passageiros (SP, DF, SC e GO) empregados em serviços de saúde (RS) em assessoramento, perícias, informações e pesquisas (CE), engenheiros (DF) e, trabalhadores rurais do setor da cana (GO e MS).
Ainda estão em negociação os trabalhadores em transporte coletivo urbano de passageiros (BA e RN), comerciários do ramo de metais (GO) e varejista (RN), jornalistas, auxiliares de administração escolar da rede particular e empregados em processamento de dados (DF), além dos trabalhadores nas indústrias urbanas de energia elétrica (RJ e multiestadual) e de purificação e distribuição de água (MG, PB e RN).
Os reajustes salariais alcançados no período variaram entre 4,5% e 10%. Considerando o INPC-IBGE, das quarenta e seis negociações analisadas vinte e nove conseguiram aumentos reais que variaram de 0,19 a 4,33%. Entre elas doze categorias conseguiram ganhos reais de 0,1% a 1,0%, quinze entre 1,1% e 2,0% e duas acima de 2,0%. Pelo ICV-Dieese trinta e sete categorias obtiveram aumento acima da inflação.
Das 46 negociações concluídas, 21 categorias negociaram o piso salarial e conquistaram reajustes que variaram de 6,0% a 26,32% pelo INPC-IBGE. Duas obtiveram ganhos reais de 0,1% a 1%, oito de 1,1% a 2,0%, treze de 2,1 a 5,0% e cinco acima de 5,0%. Considerando o ICV-Dieese todas as categorias tiveram, também, ganhos reais.
Os principais temas tratados nas negociações concluídas foram: condições de trabalho, piso salarial, reajuste salarial, PLR e benefícios. Duas categorias negociaram a implantação de PCS e quatro o recebimento de abonos. Quanto à jornada de trabalho uma categoria profissional conquistou a redução da jornada semanal de 42 para 40 horas, sendo reduzida uma hora até setembro de 2009 e novamente mais uma hora até dezembro de 2009; e outra conquistou redução de 10 minutos a cada seis meses totalizando 40 minutos na jornada diária de 6h40. Uma categoria, ainda, realizou campanha unificada no estado e outras duas negociaram a validade das cláusulas sociais por dois anos. Quanto à data-base, um dos acordos fechados foi relativo a novembro de 2007, os outros foram de março, abril, maio e junho de 2008.
Dieese