25 de Março de 2020 às 09:47

Em pronunciamento, Bolsonaro vai na contramão do mundo e pede o fim do isolamento social

Crise

Em discurso na noite dessa terça-feira (24), o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, voltou a minimizar a pandemia do coronavírus e pediu o fim do isolamento da população.

Com esse discurso, Bolsonaro vai na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde, dos presidentes e das autoridades de saúde de outros países e do próprio Ministério da Saúde.

“Ao classificar, em pronunciamento nacional, o novo coronavírus como uma ‘gripezinha ou um resfriadinho’, ele mostra desrespeito aos profissionais da saúde do mundo inteiro que estão alertando para os perigos do vírus, bem como a vida de milhares de pessoas que morreram até agora. Foi um discurso irresponsável que pode custar a vida de muitos brasileiros. É triste e lamentável”, classifica a presidente do sindicato Neide Rodrigues. 

Em outro trecho, Bolsonaro questionou o fechamento das escolas, criticou prefeitos e governadores pelas medidas adotadas para a quarentena e acusou a imprensa de causar pavor. Ele também afirmou que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos e que 90% não terá qualquer manifestação caso se contamine.

Em seu discurso, o presidente ignora a quarentena de países como Itália, Espanha, França e Reino Unido; medidas como as adotadas pelos Estados Unidos que cancelaram voos do mundo inteiro e fechou as fronteiras; além do adiamento das Olimpíadas do Japão. 

No Brasil, a pandemia tem 2.201 casos confirmados e 46 mortes, uma letalidade de 2,1%, de acordo com o balanço oficial de terça-feira (dia 24). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que há no mundo mais de 375 mil casos de coronavírus, com 16,3 mil mortes confirmadas, em 195 países.

A fala de Bolsonaro foi acompanhada por mais um panelaço em várias cidades e, rapidamente, a hashtag #forabolsonaro estava no topo dos trending topics do Twitter.

E minutos depois do discurso, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, divulgou uma nota em que afirma que o Brasil “precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população”. Pelo Twitter, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o “pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública”.

Governadores e prefeitos também se manifestaram através das redes sociais e afirmaram que vão continuar com as medidas para conter a proliferação do coronavírus. Um desses prefeito é o de Campo Grande, Marcos Trad. Ele postou no Facebook: “A ciência já comprovou que a COVID-19 é grave e mata. Entre possíveis perdas econômicas e a vida de muita gente, Campo Grande abraça as pessoas e a vida. Vamos superar isso juntos, recuperar os prejuízos para vencer novamente com muito trabalho e fé! Vou manter todos os decretos e continuar cuidando das famílias campo-grandenses!”.

Na capital de Mato Grosso do Sul, está suspensa o atendimento presencial ao público em agências bancárias, por meio do Decreto nº 14.200, publicado na última sexta-feira (20). A suspensão será no período de 21 de março a 5 de abril de 2020. O prefeito de Campo Grande também determinou toque de recolher das 22h às 5h, paralisação do transporte coletivo, fechamento do comércio, escolas e da rodoviária, além de outras medidas para evitar aglomeração de pessoas.

Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS

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