12 de Março de 2021 às 08:09

Fenaban não avança na proteção da categoria bancária contra pandemia

Negociação

Na véspera de completar um ano da primeira reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para debater ações que protejam a categoria bancária contra a pandemia do coronavírus, as partes voltaram a se reunir para discutir medidas contra o agravamento da situação. Neste período, 35 reuniões trataram do assunto, sendo 19 de forma específicas. Porém, o resultado da reunião na tarde desta quinta-feira (11) não foi dos melhores.

A boa notícia ficou por conta do primeiro ponto abordado, a proposta de inclusão da categoria bancária como prioritária no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19. A Fenaban concordou prontamente com a reivindicação dos trabalhadores e disse que irá reforçar os esforços do movimento sindical junto ao poder público. A Contraf também vai enviar carta ao Ministério da Saúde reivindicando a inclusão da categoria entre os setores profissionais prioritários para a vacinação, após os grupos de risco (profissionais da saúde e idosos).

A presidenta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande - MS e Região, que é integrante do Comando Nacional dos Bancários, Neide Rodrigues, participou da reunião. A presidenta busca também avanços para os bancários da base do SEEBCG-MS, pois Mato Grosso do Sul está em situação alarmante graças ao alto contágio do coronavírus: além de ultrapassar a marca de 3.500 mortes ocasionadas pelo vírus, a taxa de ocupação dos leitos de UTI do SUS está em 100%. 

"Nossa reivindicação pela inclusão dos bancários na lista de prioritários, pois a categoria foi uma das que estiveram na linha de frente durante todo esse período de pandemia, muitas vezes com agências cheias para o pagamento do auxílio emergencial. A luta do movimento sindical sempre foi para garantir a saúde e a vida dos bancários e estamos satisfeitos pela colaboração dos bancos em atender ao nosso pedido", afirma a presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

Reivindicações

Visitas externas – Quando a discussão foi sobre o retorno das reivindicações apresentadas na semana passada, as notícias não foram boas. Sobre a denúncia da pressão para que os bancários façam visitas externas, a Fenaban garantiu que vai orientar a todos os bancos que as reuniões presenciais de gerentes sejam exclusivas de casos emergenciais. Os representantes dos trabalhadores voltaram a cobrar a suspensão total. Os representantes dos bancos ficaram de retornar.

Diminuição dos horários das agências – Os bancos disseram que irão reduzir o horário de atendimento: das 9h às 10h, atendimento exclusivo aos clientes do grupo de riscos, idosos e gestantes. Entre 10h e 15h, no máximo. Atendimento aos demais clientes. Essas limitações de horário não valem para a Caixa, que irá iniciar o pagamento da nova fase do auxílio emergencial.

Teletrabalho – A Fenaban disse que 14 instituições financeiras já efetuaram o retorno dos trabalhadores do sistema presencial para o teletrabalho. Ficou de apurar ainda se outros bancários irão retornar a esta situação.

Pressão das metas –  Outra reivindicação cobrada foi a redução das metas durante a pandemia.

Demissões – O Comando reivindicou que os bancos suspendessem as demissões nesse pior momento da pandemia. Sobre essa questão, ficou acertada uma nova reunião para a tarde da próxima terça-feira (16), às 13h.

Sobre as demais reivindicações, os representantes dos bancos se comprometeram a responder até esta sexta-feira (12).

“A gente quer ter as proteções que tínhamos no ano passado. Tivemos uma fase com muitos problemas, muitas mortes e pedimos a suspensão das demissões. Agora, estamos em uma fase pior ainda. Precisamos ter mais rigor no cumprimento das medidas de proteção, a volta do teletrabalho, o fim das demissões e a redução do horário de atendimento e das metas. A gente está pedindo para que os bancários não fiquem tão expostos como estão agora. Agora, esperamos que nesta sexta-feira as negociações avancem”, disse a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Por: Contraf-CUT

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