28 de Junho de 2022 às 09:17

Fórum Sindical internacional debate impacto da digitalização no sistema financeiro

UNI Américas

Foto: SPBANCÁRIOS

Durante os dias 27 e 28 de junho, acontece em Fortaleza o I Fórum Sindical Internacional Impacto da Digitalização no Sistema Financeiro. O evento faz parte da 5ª Conferência UNI Américas, que ocorre até a próxima quinta-feira, 30, reunindo cerca de 600 dirigentes sindicais de 24 países e 124 organizações.

A abertura reuniu diversas lideranças sindicais como Rúben Cortina, presidente UNI Sindicato Global, Rita Berlofa, presidenta UNI Finanças, Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, Theresa Mortimer, presidenta UNI Américas Gênero e Igualdade, Héctor Daer, presidente UNI Américas, Márcio Monzane, secretário regional UNI Américas e Christy Hoffman, secretária geral UNI Sindicato Global.

Durante o primeiro dia, nesta segunda 27, os participantes debateram experiências e conclusões sobre reunião de diálogo tripartite na OIT sobre Impacto da digitalização no sistema financeiro e automação do setor, fintechs, entre outros temas.

Segundo a presidenta da UNI Finanças, Rita Berlofa, o setor financeiro é um dos mais impactados pelas novas tecnologias e a melhor forma de fazer o enfrentamento é que tenhamos sindicatos fortes, com condições de negociar. “Estamos debatendo também a defesa da democracia, porque sem democracia não há direitos de trabalhadores, não há sindicatos e o que reina é a bárbarie”, enfatizou.

“Precisamos construir uma aliança global em defesa dos trabalhadores, além de debatermos a defesa dos bancos públicos. Em muitos países, os trabalhadores não são tão organizados e os sindicalistas enfrentam muitas perseguições”, destacou João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEEBB).

“Estamos discutindo várias propostas de organização para fazer frente aos impactos negativos que essa digitalização vem fazendo: redução de postos de trabalho, precarização, e um debate que está muito atual que é como nós trabalhadores podemos nos apropriar dos ganhos oriundos da tecnologia, que esses ganhos se revertam em mais contratações e possam descansar, ter mais saúde, mais qualidade de vida e que a sociedade pare para discutir que mundo nós queremos”, ressaltou Neiva Ribeiro, vice presidenta da UNI Américas Mulheres e secretária-geral do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.

“O que podemos ver é que esse não é um problema só do Brasil [impacto da digitalização e atuação das fintechs] e que precisamos atuar na regulação tanto do sistema financeiro quanto dos direitos trabalhistas, para fortalecer a organização desses trabalhadores para que não haja precarizações. Nós estamos tendo aqui a oportunidade de debatermos nessa conferência vários temas importantes para o continente para construirmos uma sociedade mais justa”, concluiu Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT.

Juventude

Aconteceu nesta segunda-feira, 27, em Fortaleza, o Fórum de Sindicalização de Jovens da Uni Américas 2022, com a participação de trabalhadores de diversos países da América Latina e dos Estados Unidos. O evento faz parte da 5ª Conferência UNI Américas, que ocorre até a próxima quinta-feira, 30, reunindo cerca de 600 dirigentes sindicais de 24 países e 124 organizações.

O encontro discutiu temas como inserção dos trabalhadores nas redes sociais, sobretudo a partir da pandemia da Covid-19, organização e mobilização, estratégias para combater as mensagens antissindicais, militância nas redes, além de estratégias de luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora nos diversos países.

O cenário brasileiro foi apresentado pelos representantes da Contraf-CUT, Edegar Faria, Karen Souza e pela presidenta regional da Uni Américas Juventude, Lucimara Malaquias, que falaram sobre a realidade brasileira de ataques dos direitos diante de um governo de extrema direita e dos desafios enfrentados a partir da pandemia.

“Nosso relacionamento com os bancários era muito corpo-a-corpo, com visitas, conversas. Aí veio a pandemia. As agências não pararam de funcionar, mas muitos trabalhadores foram colocados em home office e tivemos que nos reinventar para chegarmos até esses trabalhadores. Hoje estamos adotando uma abordagem física e digital (figital), para que possamos construir um novo sindicalismo, e essa abordagem vem se tornando um importante instrumento de politização. A juventude unida vai construir novos direitos trabalhistas a partir de agora”, esclareceu Edegar Faria.

A atuação do Sindicato dos Bancários de São Paulo foi o exemplo abordado para demonstrar os caminhos apontados para enfrentar esse desafio: foram realizadas oficinas de capacitação de dirigentes para atingir os trabalhadores através das redes sociais, além da utilização de videoconferências e envio do jornal da entidade – a Folha Bancária – por e-mail. A sindicalização também passou a ser feita de maneira digital.

A forma de se manifestar durante a pandemia também mudou. “Na impossibilidade de tomarmos as ruas durante a pandemia, passamos a criar hashtags e realizar tuitaços, aparecendo muitas vezes nos assuntos do momento no Twitter, denunciando abusos cometidos pelos bancos e manchando suas imagens nas redes sociais”, explicou Karen Souza.

“Além de trocar experiências também estamos tendo a oportunidade de ver novos métodos de trabalho e como adaptar isso à realidade de cada um. É um momento de aprendizado coletivo”, afirma Lucimara Malaquias.

“Nosso objetivo é alavancar o maior número possível de trabalhadores, principalmente os jovens sindicalistas, e debater o impacto desses novos meios de trabalho modernos nos direitos dos trabalhadores. Só assim vamos transformar o movimento sindical e a sociedade”, concluiu Marcio Monzane, secretário regional da UNI Américas.

Fonte: SP Bancários

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