5 de Junho de 2012 às 18:40
O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diese), em maio, apresentou taxa de 0,43%, inferior a de abril (0,68%) em -0,25 pontos percentuais (pp.).
Os grupos da alimentação (1,05%), habitação (0,65%) e saúde (0,80%) foram os grandes responsáveis pela inflação de maio, os quais contribuíram com 0,57 pp. no cálculo do ICV deste mês. O grupo das Despesas Pessoais (-3,23%), com queda em sua taxa abaixou o resultado da inflação em -0,13 pp..
A alta na alimentação ocorreu em todos os seus subgrupos: in natura e semielaborados (1,04%), produtos da indústria alimentícia (1,24%) e alimentação fora do domicílio (0,76%).
Nos produtos in natura e semielaborados, a desagregação de seus itens revela os seguintes comportamentos:
• legumes (11,58%) - neste item chamam atenção os reajustes ocorridos na abobrinha (34,16%), tomate (15,32%) e vagem (10,27%);
• raízes e tubérculos (7,78%) - com aumento significativo na batata (8,20%) e cebola (14,85%);
• hortaliças (7,76%) - com alta generalizada, sendo mais acentuada na couve flor (12,26%) e alface (8,53%);
• grãos (3,50%) - com alta em ambos os seus produtos feijão (5,73%) e arroz (2,26%); e
• frutas (-3,33%) - com queda praticamente generalizada, sendo mais acentuada no mamão (-15,44%), maçã (-4,44%) e laranja (-2,29%); exceção à alta no morango (17,50%), que é característica deste período do ano.
No subgrupo da indústria da alimentação (1,24%), vários produtos apontaram pequenas altas, sendo mais acentuadas no óleo de cozinha (6,24%), bebidas alcoólicas (4,57%) e açúcar (2,05%). Na alimentação fora do domicílio (0,76%), os reajustes foram: refeição principal (0,61%) e lanches (0,98%).
A taxa da habitação (0,65%) é resultado dos aumentos nos subgrupos: locação, impostos e condomínio (0,96%), com alta maior no condomínio (1,66%), e operação do domicílio (0,64%) devido ao reajuste ocorrido nos serviços domésticos (2,32%). O subgrupo da conservação do domicílio (0,07%) pouco alterou seus valores.
Na Saúde (0,80%), as taxas de seus subgrupos foram: assistência médica (0,09%) e nos medicamentos e produtos farmacêuticos (3,90%).
As variações nos subgrupos das despesas pessoais (-3,23%) foram distintas: com alta na higiene e beleza (1,04%) e queda no fumo e acessórios (-7,64%), a baixa deste subgrupo, provavelmente, é resultado das pressões dos consumidores com o reajuste extraordinário ocorrido em abril no cigarro da ordem de 23,75%.
Índices por estrato de renda
Além do índice geral (0,43%), o Dieese calcula mais três indicadores de inflação, segundo tercis da renda das famílias paulistanas . Em maio, as taxas foram positivas e decrescentes com o poder aquisitivo: 1º estrato 0,46%, 2º estrato 0,45% e 3º estrato 0,40%. Estas taxas, em relação às de abril, caíram e apontaram as seguintes diferenças: 1º estrato (-0,48 pp.), 2º (-0,33 pp.) e 3º (-0,18 pp.).
Inflação acumulada
A inflação geral nos últimos 12 meses, de junho de 2011 a maio de 2012, acumula alta de 5,78%; por estrato de renda as taxas anuais foram: estrato 1 (5,50%), estrato 2 (5,28%) e estrato 3 (6,03%). Neste ano de 2012, o índice geral foi de 3,18% e seu comportamento apontou taxas distintas: estrato 1 (2,86%), estrato 2 (2,77%) e estrato 3 (3,43%).
Comportamento dos preços neste quadrimestre de 2012
Acima de 3,18%, que corresponde à alta deste ano, observaram-se os grupos: Despesas Pessoais (9,48%), Educação e Leitura (7,91%), Saúde (4,16%) e Habitação (4,07%). Os demais grupos apontaram taxas pequenas ou negativas: Alimentação (2,49%), Despesas Diversas (2,41%), Vestuário (0,21%), Transporte (0,10%), Recreação (-0,13%) e Equipamentos (-1,83%).
Leia aqui o relatório completo do ICV-Dieese de maio
* No estrato 1 estão incluídas as famílias com renda média de R$ 377,49; o 2 engloba aquelas com rendimento médio de R$ 934,17 e no 3, aquelas que ganham em média R$ 2.792,90 , em valores de junho de 1996.
Para acessar a página do Dieese clique: www.dieese.org.br.
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/inflacaoalimentoshabitacao-e-saude-se-sobressaem-em-maio/