15 de Junho de 2007 às 14:01

Jornal do Cliente: faroeste bancário

<b>Bancos economizam com segurança, facilitam a vida dos bandidos e colocam em risco a vida de clientes e bancários</b>

São Paulo - Que há uma onda de violência contra as agências bancárias não há dúvidas. Mas enquanto os bancos e o governo estadual discutem de quem é a responsabilidade, bancários e clientes correm risco de vida. A menina Priscila Aprígio está paraplégica, o vigilante Daniel Gomes morreu. Os dois são símbolos da insegurança que assola as agências bancárias e que no último dia 4 de junho atingiu também o engenheiro Carlos Augusto Abreu de Freitas, após uma tentativa de assalto.

Mas será que falta dinheiro aos banqueiros para investir em segurança? Não, não falta. Os 11 maiores bancos do país lucraram, somente no ano passado, quase R$ 26 bilhões. Mas milhares de agências não contam sequer com portas de segurança
que, apesar de incômodas, porque às vezes barram e chateiam os clientes, dificultam a ação dos assaltantes. Para piorar a situação, muitas agências não têm circuito interno de TV, outro item fundamental que afasta os bandidos, já que facilita a identificação dos marginais. Agora, graças à exigência dos sindicatos de trabalhadores, as empresas de segurança são obrigadas por lei a fornecer colete à prova de balas para seus vigilantes.


Mais que números - Assim, por culpa dos donos de bancos, que não se preocupam com a segurança dos seus clientes nem de seus funcionários, ir a uma agência bancária em São Paulo está se tornando a cada dia um risco maior. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) o número de assaltos a bancos entre 2004 e 2006 subiu de 487 para 1.053, um crescimento de 116%. Esse dado, no entanto, pode ser ainda maior já que, muitas vezes, os bancos sequer registram a ocorrência de assalto. A SSP, órgão do governo estadual, foi obrigado a rever seus números, que registravam menos da metade dos dados divulgados pela própria federação dos bancos e pela Polícia Civil. “Os bancos, por sua vez, não notificam assaltos para não chamar a atenção da mídia para o faroeste que se tomou conta das agências bancárias em São Paulo”, denuncia o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.

Rio de Janeiro - Por incrível que pareça, a cidade do Rio de Janeiro, assolada há tempos pela violência do tráfico de drogas, registra menos assaltos a agências bancárias que a Grande São Paulo. A razão para isso é simples: praticamente todas as agências da cidade contam com portas de segurança já na calçada, que protegem inclusive os caixas eletrônicos. Em São Paulo não pode ser diferente.

Veja mais no Jornal do Cliente, que foi distribuído no jornal Metronews, nesta quinta-feira, dia 14.


Fonte:www.spbancarios.com.br
Danilo Pretti Di Giorgi - 14/06/2007

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