31 de Março de 2011 às 10:29

José Alencar: um ardoroso crítico dos juros bancários

O ex-vice-presidente da República José Alencar morreu na tarde da última terça-feira (29), aos 79 anos, em São Paulo, em decorrência do câncer contra o qual lutou mais de 13 anos. Mesmo submetido a 17 cirurgias, não perdia o humor e a vontade de viver.

“Quero sair daqui (do hospital) para comer um torresmo”, brincava.

Nascido em Itamuri, no município de Muriaé, Zona da Mata de Minas Gerais, Alencar era filho de um  pequeno comerciante. Começou a trabalhar cedo e deixou a família quando tinha 14 anos para se empregar numa loja em Muriaé. Em 1947, atrás de um emprego melhor, mudou-se para Caratinga, cidade onde conheceu Mariza Gomes da Silva, com quem se casou. Aos 18 anos e com apoio financeiro de um irmão, abriu uma loja. Começava ali uma trajetória de um dos mais bem sucedidos empresários do país. Em 1967, fundou, em Montes Claros (MG), a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), hoje um dos maiores grupos industriais têxteis do Brasil.

Voz dissonante

Sua escolha para vice na chapa encabeçada por Lula foi fundamental para a vitória do candidato petista, que começou a ganhar a confiança do empresariado. Alencar era um crítico ardoroso da política monetária do Banco Central  e, curiosamente, tornou-se uma voz dissonante no governo Lula contra os altos juros. Ele costumava dizer que sua luta contra os juros bancários começou na juventude, época em que morava na própria loja em que trabalhava e comia na marmita “para baixar os custos”.

Emoção até o final

Em 25 de janeiro de 2011, quando a capital paulista completou 457 anos, Alencar recebeu, visivelmente emocionado, a Medalha 25 de Janeiro, uma homenagem da prefeitura, das mãos da presidente Dilma Rousseff.

“Se eu morrer agora, é um privilégio, porque é tanta gente torcendo por mim... Se eu morrer agora, tá bom demais”, disse. O evento contou com a presença do ex-presidente Lula.

Fonte: Seeb RJ

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