18 de Abril de 2012 às 10:40

Lula critica "abusos do sistema financeiro"

CUT destaca crise dos países capitalistas centrais (foto: Leonardo Severo)

Leonardo Severo, de Foz do Iguaçu (PR)

Agência de Notícias CUT

 

 

Efusivos e prolongados aplausos à nacionalização da empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) pelo governo argentino marcaram a abertura do II Congresso da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA) na noite de terça-feira 17, em Foz do Iguaçu (PR). O evento reúne até sexta-feira 580 dirigentes de 65 centrais sindicais de mais de 40 países do Continente.

 

 

“Tenho a honra e o orgulho de havermos retomado a YPF para o controle público”, afirmou o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, frisando que a nacionalização de uma riqueza estratégica para o desenvolvimento de qualquer país como o petróleo, “além de ser um imperativo moral, é uma ferramenta para o crescimento com inclusão”. A YPF foi retomada da multinacional espanhola Repsol.

 

 

“Como não vamos nos somar pelos que lutam pela soberania energética de seus países e povos?”, questionou o secretário-geral da CSA, Victor Báez, manifestando sua solidariedade à decisão argentina de “frear os abusos do capital transnacional”.

 

 

A saudação do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva para que “hoje, mais do que nunca”, os trabalhadores vão à luta e se façam ouvir, combatendo os “abusos do sistema financeiro e o confisco dos direitos”, emocionou o plenário, que respondeu com um mar de aplausos (ver em http://www.youtube.com/watch?v=ePIw5fbjoU8).

 

 

SUPERAR A HERANÇA NEOLIBERAL

 

Em sua intervenção na mesa de abertura, o presidente da Central Nacional dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, defendeu que “a superação da herança do modelo neoliberal necessita de uma integração cooperativa e solidária, que garanta o desenvolvimento sustentável”. Artur conclamou os sindicalistas a somarem esforços pelo “controle e regulação do sistema financeiro internacional”, garantindo que os vultosos recursos atualmente esterilizados na especulação sejam injetados no fortalecimento do mercado interno, na geração de empregos decentes e na distribuição de renda. “Este é o nosso grande desafio”, sublinhou.

 

 

O dirigente cutista defendeu ainda a liberdade e a autonomia como elementos fundamentais para a construção de sindicatos fortes, representativos e organizados por ramos de atividade. Artur repudiou os assassinatos de lideranças dos trabalhadores em países como a Colômbia e a Guatemala, e condenou práticas antissindicais de governos e empresas que estão atacando o direito de greve e destruindo a organização dos trabalhadores.

 

 

“O neoliberalismo tem que morrer”, enfatizou Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), frisando que “há uma guerra contra os direitos dos trabalhadores, numa campanha orquestrada pela desregulamentação, para demitir à vontade, para rebaixar salários”. “A ganância é o coração do sistema financeiro, é a arquiteta da miséria”, disse.

 

 

Representando o governo brasileiro, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, saudou a “nacionalização da YPF” e lembrou que a crise dos países capitalistas centrais nos oferece novas oportunidades para projetarmos uma nova sociedade. “Mas esse novo modelo não será fruto de um laboratório, mas da nossa coragem e ousadia, da luta dos trabalhadores, dos movimentos sociais, dos partidos e governos comprometidos com a construção de alternativas ao capitalismo consumista, que multiplica a exclusão”, acrescentou.

 

 

Entre outras lideranças, integraram a mesa de abertura o presidente da CSI, Michael Sommer; a presidenta da CSA, Linda Chávez; o secretário de Política e Desenvolvimento Sustentável da CSA, Rafael Freire; o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah; o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves; a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre e o coordenador do gabinete da Presidência do Paraguai, Miguel Angel Perito.

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