27 de Janeiro de 2009 às 12:16
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou na quinta-feira, 22 de janeiro, aos bancos públicos federais que terão de liderar o movimento de queda dos juros e do spread do sistema financeiro nacional, que aumentem o fluxo de crédito às empresas e às pessoas físicas e assim manter a economia brasileira crescendo e gerando empregos.
“Esse enquadramento dos bancos públicos era necessário e já veio tarde. Há tempos a Contraf/CUT vem denunciando o comportamento dessas instituições, principalmente do Banco do Brasil, que agem como os bancos privados na busca exclusiva de lucros e abandonam sua função pública de agentes do desenvolvimento”, afirma Carlos Cordeiro, secretário-geral da Contraf/CUT.
Na reunião que mantiveram na segunda-feira, 19, com o presidente Lula, uma das reivindicações apresentadas pela CUT e demais centrais sindicais foi exatamente à da interferência do governo para que os bancos em geral, mas principalmente os públicos, reduzam as taxas de juros e o spread e aumentem a oferta de crédito para que a economia possa manter um ritmo de crescimento forte.
“O custo financeiro subiu de forma expressiva em 2008. Os spreads chegaram a patamares inimagináveis para um país que precisa crescer. O presidente [Lula] recomendou que os bancos públicos têm a missão de liderar a redução dos spreads”, afirmou o ministro da Fazenda Guido Mantega, ao fazer um resumo da reunião de quase três horas de Lula com os presidentes do BB, da Caixa, do BNB e do Basa. Mantega negou uso político, mas frisou que os bancos públicos respondem ao governo.
“Nossa orientação é que eles cumpram a finalidade de financiar agricultura, indústria, comércio exterior e que tenham comportamento responsável. Mas eles não podem cobrar taxas maiores do que os bancos privados”, disse Mantega, segundo a Folha de São Paulo. Participaram ainda da reunião o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
BB cobra juros muito altos – Os números mostram que os bancos oficiais estão longe de liderar a queda nas taxas de juros, como quer Lula. Levantamento feito entre os dias 5 e 9 de janeiro mostra que eles vão mal principalmente nas linhas para empresas. No capital de giro pré-fixado, muito usado para o financiamento das despesas de curto prazo das empresas, o BB cobra juro médio de 2,88% ao mês, superior ao do Itaú, Unibanco, ABN Amro Real, Santander e Safra. A Caixa, por sua vez, ganha desse grupo de privados ao cobrar, na média, 2,25%.
Na conta garantida, uma espécie de cheque especial das empresas, o Banco do Brasil cobra a 11ª taxa mais cara entre 43 instituições. No Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC), usado por exportadores, há 9 bancos que cobram menos que ele. O Banco do Brasil cobra 0,72% ao mês, enquanto o Bradesco pede 0,54%.
Contraf/CUT, com jornais