27 de Janeiro de 2009 às 12:05

Multinacionais e bancos anunciam mais de 17 mil demissões

Multinacionais e bancos internacionais da Europa anunciaram nesta segunda-feira o corte de 17,2 mil empregos em todo o mundo. O maior corte foi anunciado pelo gigante holandês do setor bancário ING, que vai cortar sete mil vagas para tentar economizar € 1 bilhão. A instituição ainda não revelou quais setores da empresa serão mais afetados pelos cortes.
 
Em outubro, o governo da Holanda injetou € 10 bilhões no ING para que o banco enfrentasse a crise mundial, mas o grupo financeiro calcula agora que o prejuízo acumulado pela empresa em 2008 deve chegar a € 1 bilhão.
 
O ING é um dos 20 maiores bancos do mundo em termos de valor de mercado e conta com 85 milhões de clientes.
 
Outra empresa com sede na Holanda, a multinacional Philips, anunciou a demissão de seis mil funcionários nesta segunda-feira.
 
Depois de registrar prejuízo líquido trimestral pela quarta vez, da ordem de 1,5 bilhão de euros, a Philips afirmou que a reestruturação de seu quadro de funcionários deve resultar em uma economia de € 400 milhões por ano, começando no segundo semestre de 2009.
 
Siderúrgica – Outro anúncio de demissões nesta segunda-feira partiu da siderúrgica britânica Corus, que confirmou o corte de 3,5 mil vagas de trabalho em todo o mundo.
 
A Corus é uma subsidiária da companhia indiana Tata e atualmente emprega 24 mil pessoas na Grã-Bretanha e 42 mil em todo o mundo.
 
A siderúrgica, como todas as outras empresas do setor, registrou uma queda significativa na demanda nos últimos meses.
 
No setor bancário britânico, o banco Ulster, da Irlanda, parte do Royal Bank of Scotland, anunciou o corte de mais de 700 empregos.
 
Pacote americano – Em meio às demissões anunciadas nesta segunda-feira, o pacote de estímulo econômico de US$ 825 bilhões do presidente americano, Barack Obama, enfrenta a oposição de congressistas republicanos nos Estados Unidos.
 
O senador John McCain, derrotado por Obama nas eleições presidenciais de novembro, afirmou que é preciso um corte nos impostos ao invés de aumentar os gastos do governo.
“É preciso reescrever muito (do plano) se quisermos estimular a economia”, disse McCain, em entrevista à emissora de televisão americana Fox. “Do jeito que está agora, não posso votar”. Os republicanos não têm os votos necessários para bloquear a aprovação do pacote, mas podem atrasar sua aprovação no Senado americano.
 
Obama, por sua vez, deve realizar reuniões privadas com a liderança republicana na terça-feira para tentar convencer o partido de oposição a aprovar o plano.
 
O pacote deve aumentar ainda mais o déficit orçamentário americano, que pode chegar a mais de US$ 2 trilhões, em meio à pior crise econômica das últimas décadas.
 

BBC Brasil
 

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