26 de Outubro de 2011 às 14:21

Pesquisa aponta 38 mortes em assaltos envolvendo bancos até setembro

Nova pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) revela que 38 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos até setembro de 2011 em todo país, uma média de 4,2 mortes por mês. O levantamento foi realizado pelas entidades com base em notícias da imprensa, com apoio do Dieese.

O número já ultrapassa os casos verificados nos primeiros nove meses de 2010, quando ocorreram 18 mortes, um crescimento de 111,11%. O mais preocupante é que essas ocorrências já superaram o total de mortes de todo ano passado, quando foram apurados 23 óbitos.

São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás foram os estados com o maior número de casos. A principal ocorrência foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 24 mortes. Já a maioria das vítimas foram clientes (27), seguido de vigilantes (6) e policiais (3).

Para a Contraf-CUT e a CNTV, essas mortes refletem a carência de investimentos dos bancos na proteção da vida de trabalhadores e clientes. Segundo dados do Dieese, no primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos que operam no país apresentaram lucros de R$ 25,33 bilhões. Já as despesas com segurança e vigilância somaram R$ 1,29 bilhão, o que representa somente 5,09%, em média, na comparação com os lucros.

"Essas mortes comprovam o descaso e a escassez de investimentos dos bancos para prevenir assaltos e sequestros, bem como revela a precariedade da segurança pública diante da falta de mais policiais e viaturas nas ruas e ações de inteligência para evitar ações criminosas", avalia o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

"Esses números assustadores reforçam a necessidade de atualizar a lei federal nº 7.102/83, que se encontra defasada diante do crescimento da violência e da criminalidade. Precisamos de um estatuto de segurança privada com medidas eficazes e equipamentos de prevenção para proteger a vida de trabalhadores e clientes, eliminar riscos e garantir segurança", salienta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.

Mortes por estados

São Paulo registra não somente o maior número de ocorrências, mas também o maior crescimento na comparação entre os primeiros nove meses de 2010 e 2011. O total de mortes saltou de 3 para 14, uma evolução assustadora de 366,67%.

O Rio de Janeiro está em segundo lugar. O número de assassinatos passou de 2 para 8 no período, um crescimento preocupante de 300%. Em seguida aparecem Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná.

Ocorrências por estado

Brasil - janeiro a setembro

UF

2010

2011

%

%

SP

3

16,67%

14

36,84%

RJ

2

11,11%

8

21,05%

MT

0

0,00%

3

7,89%

GO

0

0,00%

3

7,89%

RS

3

16,67%

2

5,26%

PR

2

11,11%

2

5,26%

SC

0

0,00%

1

2,63%

RN

0

0,00%

1

2,63%

PI

0

0,00%

1

2,63%

PA

2

11,11%

1

2,63%

MG

1

5,56%

1

2,63%

BA

1

5,56%

1

2,63%

PE

2

11,11%

0

0,00%

MA

1

5,56%

0

0,00%

DF

1

5,56%

0

0,00%

Total

18

100,00%

38

100,00%

Fonte: Notícias da imprensa

Elaboração: DIEESE - Subseção Contraf-CUT

 

 



"Em todos os estados, a solução depende dos bancos, que têm de ampliar os investimentos em equipamentos de prevenção, e das autoridades de segurança pública, que precisam garantir mais policiais e viaturas nas ruas e ações integradas de inteligência policial, dentre outras medidas", salienta Boaventura.

Tipos de ocorrências

O levantamento aponta que o crime de "saidinha de banco" disparou e lidera com 38,8% o tipo de mortes em assaltos envolvendo bancos. Enquanto nos primeiros nove meses de 2010 foram verificadas 7 ocorrências, o número cresceu para 27 no mesmo período deste ano, um aumento de 285%.

Tipo de ocorrências

Brasil - janeiro a setembro

Tipo de ocorrência

2010

2011

%

%

Saidinha de banco

7

38,89%

27

71,05%

Assalto a agências

3

16,67%

3

7,89%

Abastecimento de caixas eletrônicos

3

16,67%

2

5,26%

Assalto a correspondentes

0

0,00%

2

5,26%

Transporte de valores

1

5,56%

2

5,26%

Assalto a caixa ele

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