22 de Dezembro de 2023 às 08:00
2023
Você tinha conhecimento de que, nos primeiros seis meses de 2023, os ganhos acumulados pelos cinco principais bancos do país atingiram a marca impressionante de R$ 54 bilhões? Nos bastidores desses conglomerados financeiros, desempenhando um papel fundamental na execução operacional diária e no atendimento a milhares de clientes, encontram-se os trabalhadores do setor bancário, representados por bancários e bancárias.
Mesmo diante desse lucro bilionário, o que se viu em todo país em 2023 foi fechamento de agências e demissão de bancários. Para combater essas ações que implicam em um atendimento precarizado à população, principalmente aos mais carentes e aos idosos, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região se engajou em diversas frentes, promovendo mobilizações e ações contra as práticas adotadas pelos bancos.
Diversas manifestações foram organizadas visando destacar a escassez de pessoal para atendimento, a sobrecarga de trabalho e a incidência de assédio moral. Ao longo dos nove primeiros meses de 2023, quase 6 mil postos de trabalho no setor bancário foram encerrados pelos bancos.
“Os bancários desempenham um papel fundamental na sociedade, facilitando o acesso a serviços financeiros e garantindo o funcionamento das instituições financeiras. No entanto, enfrentam uma série de desafios. Mesmo com lucro astronômico, o setor bancário segue eliminando postos de trabalho. Com isso, os trabalhadores que permanecem no setor estão cada vez mais sobrecarregados, submetidos a uma pressão absurda por metas abusivas, o que leva ao adoecimento da categoria, sobretudo por questões relacionadas à saúde mental”, disse a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.
Sob a justificativa de que algumas agências não operam com numerário, os bancos ainda estão retirando os vigilantes e as portas giratórias, deixando todos os presentes sem segurança, colocando em risco a vida dos bancários e clientes. Protestos também foram realizados para denunciar à população e às autoridades essa medida. Outra denúncia do sindicato levada para a frente das agências foi a falta de condições de trabalho, em que locais estavam funcionando de forma precáriaprejudicando trabalhadores e clientes.
"Diante dos desafios e lutas que enfrentamos no cenário bancário em 2023, fica evidente a urgência de mudanças. Não podemos permitir que o lucro supere a segurança e a saúde dos trabalhadores. A mobilização sindical é essencial para denunciar as práticas abusivas, garantir condições dignas de trabalho e preservar a integridade física e mental dos bancários”, destaca Neide Rodrigues.
A atuação do sindicato, em 2023, esteve presente na defesa dos bancos públicos, fortalecendo essas instituições para continuar a financiar a infraestrutura do país, a casa própria, o estudo do ensino superior, a agricultura familiar e o agronegócio. Caixa e Banco do Brasil são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social do país, mas isso também passa pela valorização dos seus empregados.
Outra pauta do sindicato durante este ano de 2023 é a luta pelos juros baixos. A campanha #JurosBaixosJá começou em fevereiro e, desde então, diversos atos já foram promovidos para pressionar o Banco Central a baixar a Selic. Diante da pressão, em agosto deste ano, o Copom deu início a um ciclo de redução da taxa básica de juros de 0,50% a cada rodada do encontro, que ocorre a cada dois meses. Na reunião de dezembro, houve a quarta redução consecutiva, passando de 12,25% para 11,75%.
“Nossa campanha é por emprego e renda, porque a Selic elevadíssima penaliza a população com aumento de preços e dificuldade de acesso ao crédito, além disso, atrasa os investimentos, prejudicando o desempenho da economia e, consequentemente, o desenvolvimento do país”, destaca a presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.
Dados do Banco Central indicam que 43,4% das cidades brasileiras (2.426) não possuem agências bancárias. Neste ano de 2023, a entidade sindical esteve contra o encolhimento da rede bancária, que tem deixado cidades do interior sem atendimento presencial.
“A população destas áreas tem que se deslocar para outros municípios para ter acesso a uma unidade bancária e a serviços básicos, como o saque da aposentadoria. São lugares que os bancos privados não querem estar. Para eles, só interessa estar onde conseguem lucrar com a população. Por isso, a nossa luta é por implantar agências nas cidades do interior”, disse Neide Rodrigues.
O sindicato também sempre esteve preocupado com a sociedade e, neste final do ano, está realizando a campanha “Natal Solidário” para arrecadar alimentos que serão entregues para famílias carentes.
A expectativa é de que a mobilização da categoria resulte em uma significativa quantidade de doações, assim como em edições anteriores (2021 e 2022), quando o sindicato ajudou, com doações, cerca de 500 famílias.
“A solidariedade expressa na campanha reflete nosso compromisso com a comunidade. Juntos, podemos construir um ambiente de trabalho mais justo e humano. Agradecemos o apoio da categoria e da sociedade nessa jornada. Continuaremos na luta por um futuro mais digno para todos”, conclui a presidenta do SEEBCG-MS.
Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/populacao-e-bancarios-sofrem-enquanto-bancos-faturam-bilhoes/