11 de Março de 2020 às 20:22

Sindicato assina acordo que prevê canal de atendimento às bancárias vítimas de violência

Movimento sindical

Nesta quarta-feira, dia 11, o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) assinaram um aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria que dá as diretrizes para a criação de um programa de prevenção à prática de violência doméstica e familiar contra bancárias, que também garante o apoio àquelas que forem vítimas.

Os bancos terão 30 dias para a implementação do canal, que prevê orientação para gestores e demais empregados, acolhimento às vítimas, por equipe devidamente orientada para este fim, e medidas protetivas. 

Dentre as medidas que poderão ser adotadas pelos bancos estão a transferência da trabalhadora, com garantia de sigilo sobre o local de destino; a flexibilização de seu horário de trabalho, para protegê-la do agressor; a concessão de linha de crédito especial às vítimas. Também é assegurada à bancária a confidencialidade, se necessário, sobre a denúncia.

A presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Neide Rodrigues, faz parte do Comando e participou da assinatura. Para ela, essa é uma conquista importante para as bancárias e representa um avanço nos direitos das trabalhadoras. 

“É um avanço importante, que vem ao encontro das reivindicações do movimento sindical, em que agora os bancos assumem esse papel social, principalmente porque o número de mulheres vítimas de violência é muito grande no nosso país. Agora, nós sindicalistas temos o desafio de passar confiança para as bancárias para que façam denúncias e procurem esse apoio dos bancos”, comenta Neide. A presidente do sindicato também ressalta que esse compromisso pode servir de exemplo e que outras categorias podem se basear neste aditivo para proteger suas trabalhadoras. 

“As bancárias não estão imunes a este tipo de violência. Precisam faltar ao trabalho, perdem produtividade e muitas acabam sendo demitidas. Isso é punir quem é vítima! Esperamos que, com este acordo, no setor bancário não haja mais a punição às vítimas e as bancárias sejam acolhidas”, disse a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. 

Antes da assinatura do acordo, ocorreu uma série de apresentações sobre temas correlatos.

 

Denúncias

A presidente do SEEBCG-MS ressalta ainda que as bancárias também podem procurar o sindicato que se dispõe a auxiliar em casos de violência, seja física ou psicológica. “O sindicato está aberto para receber essas mulheres e apoiá-las, orientando juridicamente e politicamente”, conclui Neide Rodrigues.

O Brasil é o 5º país que mais mata mulheres no mundo. Em Mato Grosso do Sul, pelo menos sete mulheres já foram vítimas de feminicídio em 2020.  

Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG - com informações da Contraf-CUT e SPBancários

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