23 de Maio de 2025 às 11:45
História
Neste 25 de maio, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região completa 66 anos de história, sendo uma das entidades mais antigas e importantes de Mato Grosso do Sul.
A história do sindicato começa no dia 25 de maio de 1959, quando um grupo de jovens bancários se reuniu para a criação da Associação Profissional dos Empregados Bancários de Campo Grande. Em 1963, por meio da Carta Sindical outorgada pelo Ministério do Trabalho a Associação tornou-se o Sindicato dos Trabalhadores em Atividades Bancárias de Campo Grande.
Além de Campo Grande, a base do Sindicato dos Bancários abrange mais 27 municípios de Mato Grosso do Sul, reunindo cerca de 2.000 bancários e bancárias.
São seis décadas de luta por direitos, por salários dignos, por saúde no trabalho, por empregos decentes e por uma sociedade mais justa e igualitária. Uma das únicas categorias com uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional, criada em 1992 e que ano a ano garante os mesmos salários e direitos para os trabalhadores de todos os bancos em todo o país.
A presidenta do sindicato, Neide Rodrigues, ressalta que a CCT e todos os direitos nela incluídos são resultado de muita mobilização por parte do movimento sindical bancário e não de “bondade” de bancos.
A forte atuação e a relevância do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região consolidaram a representatividade da entidade no cenário nacional e regional. Em 2017, o sindicato garantiu uma cadeira no Comando Nacional dos Bancários, o órgão colegiado responsável por negociar diretamente com os bancos em nome de toda a categoria.
Agora, em 2025, o reconhecimento se expande com a eleição de Neide Rodrigues para a vice-presidência da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN). Essa nova conquista reforça a influência do sindicato e sua capacidade de defender os interesses dos bancários em diferentes esferas.
Durante toda a sua história, o sindicato se manteve atuante no cenário político, econômico e social de Mato Grosso do Sul e do país, e não só defendendo os bancários, mas toda a classe trabalhadora.
No setor financeiro os desafios continuam. Os bancos, apesar de lucros crescentes, insistem na redução de postos de trabalho, fechamento de agências e terceirização. O uso de novas tecnologias no sistema financeiro é ponto de extrema preocupação e busca de equilíbrio por parte dos sindicatos na nova relação de trabalho.
Nestas seis décadas de luta, o sindicato, junto com as demais entidades representativas, garantiu centenas de conquistas para a categoria como, por exemplo, a jornada de 6 horas; PLR; vales refeição e alimentação, auxílio-creche/babá, cláusula de igualdade de oportunidades, licença-maternidade de 180 dias, igualdade de direitos para casais homoafetivos, licença paternidade de 20 dias, medidas de combate ao assédio moral, cláusula de combate ao assédio sexual, valorização do piso salarial, 13ª cesta-alimentação, regulamentação do teletrabalho, Programa Nacional de Iniciativas de Prevenção à Violência contra as Mulheres, entre muitas outras.
Confira algumas das conquistas após a assinatura, em 1992, da Convenção Coletiva de Trabalho, que garantiu à categoria os mesmos salários e os mesmos direitos em todo o território nacional:
1992 - Assinatura da primeira Convenção Coletiva Nacional válida para todo o país.
Auxílio-creche/babá.
1994 - Cesta-alimentação.
1995 - Primeira categoria a conquistar a Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR).
1997 - Complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidentes, além da verba de requalificação profissional na demissão.
1998 - Comissão Permanente de Saúde conquistou o Programa de Prevenção, Tratamento e Readaptação de LER/DORT.
1999 - Luta contra privatização e flexibilização dos direitos dos trabalhadores.
Mobilização da categoria contra a política neoliberal do governo FHC impediu a privatização do Banco do Brasil e da Caixa.
2000 - Inclusão na CCT de cláusula sobre Igualdade de Oportunidades.
2003 - Primeira campanha salarial unificada da categoria bancária com a inclusão dos bancários do BB e da Caixa. Após greve, trabalhadores dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados.
2004 - Com greve vitoriosa, bancários conquistam aumento salarial de salário, também obtido nos anos seguintes, até 2015. Em 12 anos - de 2004 a 2015, o aumento real foi de 20,9%.
2005 - Assinada primeira CCT dos bancários com participação do Banco do Brasil e Caixa.
2006 - Criação da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).
2007 - 13ª cesta-alimentação.
2009 - Licença-maternidade de 180 dias.
Novo modelo do PLR com 90% do salário mais valor fixo.
Adicional do PLR: 2% do lucro líquido distribuído de forma linear a todos os trabalhadores, com teto de R$ 2.100.
Inclusão dos parceiros de mesmo sexo nos planos de saúde.
2010 - Reajuste de 16,33% nos pisos (aumento real de 11,54%), reajuste de 7,5% (aumento real de 3,68%) para quem ganha até R$ 5.250 (o que engloba 85% da categoria) e em todas as verbas salariais.
Inclusão na CCT, pela primeira vez, de mecanismos para combater o assédio moral no trabalho.
PLR social na Caixa, com 4% do lucro distribuído linearmente entre os empregados.
2011 - Fim da divulgação de rankings individuais de produtividade dos funcionários.
Proibição de transporte de numerários por bancários.
Ampliação do aviso prévio proporcional.
5 mil novas contratações na Caixa.
2012 - Cláusula garantindo os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica.
Implementação de projeto-piloto para experimentar medidas defensivas pelos bancários e vigilantes para a melhoria da segurança nos bancos.
Conquista do II Censo da Diversidade.
2013 - Bancários tornam-se a primeira categoria a conquistar vale-cultura.
Proibição de cobrança de metas via mensagem de celular (SMS).
Abono-assiduidade, que garante o direito a folgar um dia durante o ano.
Criação de grupo de trabalho para discutir o adoecimento e as causas dos afastamentos na categoria.
2014 - Com mais uma grande greve, bancários conquistam aumento real nos salários pelo 11º ano consecutivo, com isso acumulam ganho de 20,7% acima da inflação nos salários e de 42,1% no piso.
Avanços no combate às metas abusivas e ao assédio moral. A cobrança de metas passou a ser proibida não somente por SMS, mas também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.
Bancos passam a custear exames de CPA-10 e CPA-20 exigidos pelas instituições financeiras, se o bancário for aprovado.
Mulheres que forem demitidas e engravidarem durante o aviso prévio proporcional serão readmitidas.
2015 - Mais um ano consecutivo de aumento salarial acima da inflação, além de reajuste ainda maior para vales refeição, alimentação e 13ª cesta.
2016 - Pela primeira vez, os bancários fecharam acordo válido por dois anos, que se mostrou extremamente importante diante da aprovação da reforma trabalhista, que acabou com a validade dos acordos coletivos até sua renovação.
Conquista da licença paternidade de 20 dias.
Criação do GT para analisar critérios de realocação e requalificação profissional nos bancos.
Estabilidade pré-aposentadoria.
2017 - Mesmo sob ataques nos direitos, diante da reforma trabalhista, categoria mantém CCT e conquista aumento real de 1% nos salários, pisos e todas as verbas salariais.
2018 - Acordo de dois anos, garantindo todas as cláusulas da CCT e ainda avança com aumento real de 1,31% em 2018 e 1% em 2019.
Parcelamento em até três vezes o adiantamento de férias, que antes era descontado integralmente no mês posterior ao descanso.
Realização do terceiro Censo da Diversidade, levantamento fundamental sobre o perfil da categoria para a promoção da igualdade de oportunidades.
2020 - Manutenção dos direitos da CCT, diante da conjuntura política e da pandemia, com reajuste de 1,5%, mais abono de R$ 2 mil para 2020 e aumento real de 0,5% (INPC + 0,5%) em 2021.
Reajuste dos vales e auxílios pelo INPC em 2020 e 2021.
Programa de prevenção à violência doméstica e familiar contra bancárias: a empregada que for vítima de violência doméstica poderá pedir alteração de regime de trabalho; solicitar a realocação para outra dependência; e linha de crédito ou financiamento especial.
Discussão do teletrabalho com os bancos - primeiro ano da pandemia.
2022 - Acordo de dois anos com manutenção de todas as conquistas da CCT.
Para 2022: reajuste de 8% nos salários e pisos, reajuste de 10% no vale-refeição e na cesta-alimentação, reajuste da regra básica da PLR pela inflação (INPC), reajuste de 13% na regra adicional da PLR, adicional de R$ 1.000,00 na cesta-alimentação.
Inclusão de 12 cláusulas na CCT que garantem direitos à saúde e a dignidade do trabalhador no trabalho remoto: ajuda de custo, controle de jornada, direito à desconexão, fornecimento e manutenção de equipamentos, auxílio refeição e alimentação.
Nova cláusula de combate ao assédio moral.
2023 - Fruto do acordo de 2 anos, na Campanha de 2022, categoria obtém aumento real de 0,5% nos salários, PLR e demais verbas econômicas.
2024 - Acordo de dois anos com manutenção de todas as conquistas da CCT
Para 2024: aumento real de 0,9% nos salários e demais verbas; reajuste de 15% para contínuos e pessoal de portaria; e reajuste de 8% na requalificação profissional - passando a ser R$ 2.285,84.
Conquistas sociais - inovações em dez temas sociais que ampliam a CCT em cerca de 50 novas cláusulas:
- Combate ao assédio moral, sexual e outras formas de violência no trabalho;
- Mulheres na tecnologia: 3.000 bolsas de capacitação em programação; 100 bolsas para programa intensivo para formação avançada;
- PCDs: abono de ausência para conserto e reparo de próteses;
- Prevenção à violência contra a mulher bancária;
- Compromisso com igualdade salarial entre homens e mulheres;
- Garantia de criação de Comitê de Crise em casos de desastres naturais e outras calamidades;
- Realização de novo Censo da Diversidade do Setor Bancário até 2026;
- LGBTQIAPN+: repúdio à discriminação e garantia do uso do nome social.
2025 - Fruto do acordo de 2 anos, na Campanha de 2024, a categoria tem aumento real de 0,6% para salário, PLR e demais verbas.
Por: Comunicação do SEEBCG-MS
Link: https://sindicario.com.br/noticias-gerais/sindicato-completa-66-anos-de-luta-por-direitos/