20 de Julho de 2010 às 11:13

Técnico do Dieese prevê que 2010 é um ano favorável para a Campanha Salarial dos bancários

Técnico do Dieese prevê que 2010 é um ano favorável para a Campanha Salarial dos bancários

Foto: O Técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, fala sobre a conjuntura econômica e a campanha salarial 2010. Crédito: Adriana Miceli.

O Sistema Financeiro foi o tema de abertura da Conferência Interestadual que aconteceu nos dias 12 e 13 de julho, em Itanhém (SP). Cerca de 245 dirigentes, representantes de 24 sindicatos filiados à Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP-MS) participaram das discussões que visam fortalecer a preparação da Campanha Salarial 2010.

O técnico do Dieese Sérgio Mendonça ministrou a primeira mesa de discussão, no dia 12, com o tema: Conjuntura Econômica e Campanha Salarial. Para o palestrante, “2010 tem tudo para ser um ano favorável para as negociações salariais dos bancários”. Ele afirmou que apesar da crise financeira ainda persistir em alguns países, principalmente na Europa, o Brasil tem crescido, isso porque conta com três bancos públicos que tiveram destaque no cenário da crise internacional: o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES. Mendonça enfatizou que o país “tem a maior taxa de crescimento dos últimos anos e pode estar entre as cinco maiores economias globais, em termos de expansão financeira, num prazo de cinco a dez anos”.

 
Dados sobre o PIB brasileiro revelam que a atividade econômica terá crescimento de cerca de 6,7% em 2010, de acordo com o Dieese é o maior índice dos últimos 14 anos. A inflação prevista para 2010 é de cerca de 5%, tanto no INPC quanto no ICV. Mendonça acredita que “a inflação com percentual baixo, acrescida do crescimento econômico alto oferece ambiente favorável à Campanha salarial dos bancários”.
 

O emprego formal e o desemprego também foram temas abordados pelo técnico. Os dados do Dieese revelam que a taxa de desemprego em 2010 será uma das menores dos últimos anos, cerca de 12,5%. Em contrapartida, o Dieese contabiliza mais de dois milhões de empregos formais, só neste ano, sendo que a cada dez contratações, oito são através da carteira de trabalho assinada. “Para cada 1% do crescimento do PIB, temos quase 1% do crescimento do emprego formal”, enfoca Sérgio.

 
Remuneração bancária

Apesar de no Brasil a estatística de emprego estar em alta, no ambiente bancário a realidade é outra. De acordo com Sérgio, os bancos continuam utilizando a rotatividade da mão-de-obra para reduzir a remuneração e criar poucos postos de trabalho. “Um dos grandes desafios do movimento sindical para os próximos anos será o de minimizar essa rotatividade”, alerta Sérgio.

 

Pesquisa do Dieese e Contraf/CUT destaca que em 2009 os bancos admitiram 29. 413 bancários com salários de R$ 2.099,83. No mesmo período demitiram 30. 034 trabalhadores com a remuneração média de 3. 509, 59. Mesmo com o lucro gigantesco de R$ 37,4 bilhões, no ano passado os banqueiros fecharam 621 postos de trabalho.

 

Já entre os meses de janeiro e março de 2010 foram 11. 053 admissões, contra 8.213 demissões. “Essa rotatividade impede o aumento da renda média do bancário, a massa salarial permanece estável, mas não cresce”, analisa o técnico Sérgio. 

 
  
Negociações Coletivas

Sobre as negociações coletivas, Mendonça é otimista e chegou a afirmar que “é possível pensar em reajustes melhores para 2010”. O Dieese realizou a análise dos acordos coletivos de 692 categorias de trabalhadores brasileiros, no ano passado. A proporção de categorias com reajustes salariais no mínimo equivalentes ao INPC-IBGE atingiu 92,6 %, um número elevado considerando-se o cenário de crise econômica internacional.

Os lucros dos seis maiores bancos do país (Banco do Brasil, Itau Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal e HSBC) registraram, juntos, em 2008, o valor de R$ 35, 5 bilhões. Em 2009, teve um crescimento de 5, 14%, subindo para R$ 37, 4 bilhões. De acordo com o técnico, esses valores representam parte expressiva do Sistema Financeiro do país.

 

“Sei que a negociação com os bancos é sempre muito difícil, mas o crescimento econômico no Brasil é propício aos bancários. É indiscutível que estamos vivendo momentos melhores, espero que isso possibilite uma campanha salarial mais favorável à categoria. Mas, os resultados dependem principalmente da luta dos bancários”, finalizou Mendonça.

Fonte: Adriana Miceli - SEEB CG/MS

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