4 de Junho de 2020 às 09:06

Caixa opera retorno do home office sem negociação com movimento sindical

Desrespeito

Apesar do anúncio de prorrogação do home office até o dia 15 de junho, a direção da Caixa vem operando há alguns dias a saída do trabalho remoto, de cima para baixo e à revelia das negociações com o movimento sindical.

Na contramão das recomendações da OMS, apoiadas em embasamentos científicos,  a Caixa adota as orientações do governo Federal de rompimento do isolamento social provocado pela  pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O movimento de retorno teve início com a alta direção do banco, passando pela Gerência Nacional, Gerência Executiva, Gerência de Filial e agora Coordenadores de filiais.

Segundo denúncias que estão chegando aos sindicatos, já se acena para possibilidade de retorno de todos os empregados a partir do dia 15 de junho, mantendo em home office apenas empregados considerados pertencentes ao grupo de risco.

Segundo o secretário de Relações Sindicais e Saúde do SEEBCG-MS e bancário da Caixa, Everton  Espindola, a decisão do banco contraria recomendações da OMS e vai contra o que outros países estão fazendo ativamente para controlar a pandemia.

“Dados técnicos e científicos mostram a necessidade de continuidade de ações de isolamento social para conter a contaminação, e, retorno do home office, ainda que gradativo, pode gerar consequências letais. Quantos empregados da Caixa já faleceram em decorrência da Covid-19? Quantos estão em UTIs? Quantos estão afastados por contágio? Desprezar estes dados é ser, no mínimo, inconsequente”, indaga o diretor.

Everton ainda comenta que em Mato Grosso do Sul já há denúncias de que os bancários estão sendo convocados a retornar ao trabalho nos próximos dias. “É um momento complicado, curva de contágio em ascensão, e o paradoxo do relaxamento do isolamento em muitas cidades. Na Caixa, os empregados convivem com o temor de perda dos cargos comissionados pelo não atingimento das metas atribuídas, e cedem espaço a um relaxamento com relação aos cuidados mínimos para se evitar contágios. Qual será a consequência?”.

Metas abusivas

Some-se, a isso, o fato de que a Caixa, em videoconferências diárias, e outros meios de comunicação, pressiona, continuamente, para o alcance de metas atribuídas e, com um fator mais preocupante, orientando, ainda que informalmente, que se permita adentrar as unidades, tantos quantos clientes “baterem a porta”, em uma  atitude descabida e que contraria Decretos Municipais sobre aglomerações e espaçamentos entre clientes.

O SEEBCG-MS vai formalizar solicitação de fiscalização pelos órgãos competentes, visando coibir o aumento do número de  clientes dentro das unidades.  

Essa pressão por cumprimento de metas foi discutida em reunião virtual na tarde desta quarta-feira (3). A vice-presidência Rede de Varejo, em conjunto com a vice-presidência Varejo, informou aos gerentes da Caixa que as metas devem ser alcançadas a partir de agora, como se os bancários estivessem em situação de normalidade, apesar de estar em plena pandemia de coronavírus e em meio ao pagamento do Auxílio Emergencial.

“Gerentes têm chegado nas unidades antes das 7 horas, os empregados passam o dia todo gerando token para pagamento de Auxílio Emergencial, como vamos ainda cumprir metas?”, indignou-se um trabalhador em reportagem da APCEF/SP.

A postura contraria compromissos firmados anteriormente com a Fenaban e o próprio banco. Em março, a direção da Caixa havia se comprometido a suspender a cobrança de metas durante a pandemia de coronavírus. Já no começo de abril, em documento, a vice-presidência de Varejo havia afirmado que “nenhuma unidade ou empregado terá impacto na sua carreira em razão dos resultados observados enquanto durar esta fase de confinamento”, e, no início de maio, havia comunicado a suspensão da GDP.

Ainda de acordo com o secretário do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, a CEE/Caixa, que esteve em negociação com a direção do banco na última terça-feira, dia 2, vem cobrando um posicionamento do banco, mas ainda não obteve sucesso.

Por: SEEBCG-MS com informações de SEEB/São Paulo e APCEF/SP

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros