12 de Novembro de 2012 às 13:31

Contraf-CUT participa da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção

Corrupção

A Contraf-CUT, por indicação da UNI Finanças, participou na manhã desta sexta-feira (9) da 15ª Conferência Internacional Anticorrupção(IACC, na sigla em inglês), sob o tema "Mobilizando pessoas: conectando agentes de mudança". Trata-se do mais importante evento dedicado ao debate e à troca de experiências referentes ao assunto, reunindo chefes de Estado, representantes de governos, parlamentares e sociedade civil. A iniciativa ocorre em um país diferente a cada dois anos.

Organizado pela Transparência Internacional, a 15ª Conferência está acontecendo no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com a participação de cerca de 1.500 pessoas de mais de 130 países.

Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT, foi um dos painelistas, representando os trabalhadores do setor financeiro. Ele participou do painel "Transparência e Responsabilidade: construindo uma coalizão diversa para a mudança", cujo moderador foi o sul-africano Kumi Naidoo, representante do Greenpeace Internacional. 

Luta por transparência

O dirigente sindical saudou os organizadores e participantes, lembrando que o evento projeta a mesma diversidade do Fórum Social Mundial, que nasceu em Porto Alegre, em 2001. Ele destacou a importância do combate à corrupção e defendeu a transparência e o fortalecimento da democracia. "Os bancários estão fazendo a lição de casa quando realizam anualmente uma campanha nacional de forma democrática, transparente e participativa", disse Ademir. 

"Este ano, comemoramos 20 anos da convenção coletiva de trabalho, que garante os mesmos direitos básicos para trabalhadores de bancos públicos e privados em todo Brasil e contribui para a redução das desigualdades e a distribuição de renda", afirmou. "Essa experiência vitoriosa foi apontada nesta semana pelo ex-presidente Lula como referência para os metalúrgicos de todo país", acrescentou.

O diretor da Contraf-CUT frisou também a luta dos bancários por transparência no sistema financeiro, citando a importante parceria com o Dieese. "Com as estatísticas e pesquisas do Dieese, a partir das análises dos balanços dos bancos, os bancários contam com valiosas ferramentas para sustentar a mobilização por emprego, aumento real, distribuição dos lucros, igualdade de oportunidades e mais investimentos na saúde e na melhoria das condições de trabalho", destacou. 

"Hoje sabemos, por exemplo, que os maiores bancos gastam em média apenas 6% dos lucros em despesas de segurança, o que mostra que eles pouco investem na proteção da vida das pessoas", apontou Ademir. "Sabemos também o abismo entre a remuneração dos diretores dos bancos e o piso salarial dos bancários", acrescentou.

Defesa dos consumidores

Ademir destacou também a importante parceria com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), cujo diretor Marcos Pó foi também um dos painelistas. O sindicalista citou a publicação "Os bancos e você - como se defender dos abusos dos bancos". 

O diretor da Contraf-CUT lembrou também o recente lançamento do Guia de Bancos Responsáveis (GBR), que traz a avaliação dos bancos, bancários e consumidores. "A gente observa que responsabilidade social é peça de marketing dos bancos, pois ainda não se traduziu em ações concretas em favor dos trabalhadores, clientes e sociedade", frisou.

Regulação do sistema financeiro

O dirigente da Contraf-CUT focou ainda a luta pela regulação do sistema financeiro. "A sociedade não pode pagar a conta da crise financeira, como está acontecendo hoje em vários países europeus, prejudicando trabalhadores e aposentados", disse. 

Ademir chamou a atenção para a luta da UNI Finanças em todo mundo por mecanismos de controle e regulamentação do sistema financeiro internacional e a adoção do imposto sobre transações financeiras, além da mobilização por acordos marcos globais. 

Ele ressaltou, por fim, a luta dos bancários no Brasil pela realização da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro. "Queremos discutir o papel dos bancos, o valor dos juros e tarifas, o montante dos bônus dos executivos, a ampliação do crédito, entre outros pontos. Precisamos combater a ganância dos bancos e colocá-los a serviço dos interesses da sociedade, no rumo do desenvolvimento econômico e social, para que tenhamos um mundo mais justo e solidário", defendeu. 

Ações integradas

O painel contou ainda com os painelistas Cobus de Swardt, diretor da Transparência Internacional, e a idiana Aruna Roy, da MKSS Right to Information. Vários participantes também se manifestaram, focando questões como a necessidade do acesso à informação, da democratização da mídia e do debate dos problemas globais, como o meio ambiente e o futuro do planeta.

"Há muitas ideias buscando alianças. É preciso trabalhar de forma integrada e na diversidade e entender o aparato ideológico do Estado que antes usava a repressão e hoje usa a mídia", apontou Kumi. "A corrupção nos países ricos é mais inteligente, enquanto noutros é mais obscena", comparou. 

O representante do Greenpeace defendeu a importância de "juntar todos os atores sociais e usar o poder para trazer as vítimas para o centro dos debates".

Quatro dias de debates

A 15ª Conferência iniciou na quarta-feira (7) e termina neste sábado (10). A abertura contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Ela destacou que o combate à corrupção no Brasil é uma prática de Estado que possui mecanismos sólidos, como uma Polícia Federal atuante, órgãos como a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União, além de uma imprensa livre.

A presidenta ressaltou a importância dos mecanismos de transparência do governo. "Queria destacar a recente aprovação da Lei de Acesso à Informação que acreditamos ser uma das mais avançadas do mundo porque sujeita todos os entes ao amplo acesso aos dados da gestão, dos gastos, dos históricos", disse.

Dilma também defendeu aumento da regulação e transparência das transações financeiras internacionais. Segundo ela, sem o devido controle, esses fluxos estão sujeitos a manipulações com risco para os empregos dos que vivem nos países mais pobres.

Ela disse ainda que o discurso anticorrupção deve valorizar a ética e o conflito democrático. "[Ele] não pode se confundir com o discurso da antipolítica ou antiestado que serve a poucos interesses. Deve, ao contrário, valorizar a ética e o conflito democrático, deve conhecer o papel do Estado. O Estado é destinatário privilegiado das mobilizações por transparência", disse Dilma.

A presidenta ressaltou a importância da transparência nos governos para aprimorar a governança e a gestão. "Quanto maior a transparência, maior a possibilidade de que o dinheiro público se destine ao que são os programas necessários."Fonte: Contraf-CUT com Agência Brasil

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